(continuação)

As suas evidências fósseis, que consistiam em alguns crânios incompletos, com mandíbulas e dentes, foram encontradas no Rift Valley, em West Turkana, no Kénia e em Omo na Etiópia.
O seu tamanho corporal é semelhante ao seu sequente Paranthropus boisei, continuando a apresentar um acentuado dimorfismo sexual.
Capacidade craniana pequena, cerca de 400 cm3, onde é nitidamente visível, no topo do crânio a crista sagital. Não existem vestígios de qualquer uso de utensílios.
O habitat era a savana semi-árida, embora por vezes andassem na floresta.
Apesar da filogenia do Paranthropus aethiopicus não ser fácil de compreender, o que provocou muitos debates na comunidade científica, toma-se como provável, ter sido o elo de ligação entre o Australopitecos africano e Paranthropus boisei.
Paranthropus boisei

No período de tempo entre 2,3 e 1,2 milhões de anos, a África Ocidental foi habitada pelo ancestral Paranthropus boisei. As suas evidências fósseis foram encontradas em Olduvai Gorge, Tazânia e em Koobi Fora, West Turkana, Kénia.
Habitavam as áreas secas da savana que existiam na África Ocidental.
Com a ocorrência de grandes alterações climatéricas verificadas neste período, a adaptação deverá ter sido crítica para sobreviver, com os antigos recursos reduzidos ou mesmo esgotados. O Paranthropus boisei não foi capaz de efectuar a adaptação em face da mudança, pelo que o seu desaparecimento ocorreu há cerca de 1,2 milhões de anos.

Corporalmente mais desenvolvido que os seus antecessores, continua a ser visível o dimorfismo sexual.
O crânio dos machos é maior do que o das fêmeas e de construção mais pesada, com uma capacidade craniana de 510 cm3.
Pode ser observada uma grande crista sagital no topo do crânio, uma face baixa formada por um largo arco zygomático e dentes que se projectam para a frente das fossas nasais.
A relação dos maciços dentes molares com os relativos pequenos dentes incisivos, reflecte a adaptação para uma forte mastigação.
As condições difíceis em que vivia, exigiram-lhe uma dieta composta por rijos alimentos fibrosos.
Vêm-se os contrafortes da mandíbula com uma massa grossa de ossos até aos molares, onde os músculos ramus convergem com o corpo da mandíbula. Estes contrafortes são uma adaptação estrutural para ajudar a mandíbula a suportar a pressão exercida pelos músculos da mastigação. A massa muscular descia da crista sagital onde estava fixa até à mandíbula, formando desta forma um poderoso aparelho mastigador.
Paranthropus Rubustus

Há cerca de 2,2 a 1,2 milhões de anos, a África Meridional foi habitada por uma robusta espécie do primitivo humano, o Paranthropus rubustus. Desde a sua primeira descoberta em 1938 até à última em 1948, foi evidente que ele apresentava uma morfologia muito diferente dos primitivos humanos já conhecidos, o que lhe emprestava já uma grande evolução.
A descoberta de um rubustus jovem, numa caverna em Swartkranz, na África do Sul, cujo crânio apresentava perfurações feitas pelos dentes caninos de um leopardo, sugere que este primitivo hominídeo viveu ao mesmo tempo que os grandes predadores das planícies africanas. Tinha uma aparência alta, o peso rondava os 45 Kg, com uma estrutura larga e com uma capacidade craniana entre os 500 e os 600 cm3
A face pesada é de forma plana, sem fonte e vastas sobrancelhas.
As suas mãos eram muito parecidas com as do homem actual, com uma longa palma, capaz de fazer movimentos e manipular objectos.
As adaptações do crânio estavam ligadas com um “pesado complexo de mastigação”. Este complexo permitia a estes primitivos humanos comerem grandes quantidades de rija comida fibrosa.
Os arcos zygomáticos são grandes e destacados para fora da face. A sua inclinação muito extensa, cria um grande espaço entre o arco e o cérebro, e a abertura é conhecida como a fossa temporal.
Dois conjuntos de músculos estão associados à secção de moer necessária para processar estes tipos de comida; o complexo masseter, que estão fixados no fundo do arco zygomático, e os músculos temporais que passam por baixo do arco e fixam-se no cimo do crânio.A expansão para a frente dos dentes molares cria mais espaço para os músculos temporais passarem por baixo do arco zygométrico, e o incrementado tamanho dos arcos proporciona mais espaço para acomodar um grande músculo masseter.
Outra característica do crânio rubustus é a presença de uma proeminente crista sagital, maior no macho do que na fêmea, um ossudo espinhaço que percorre todo o cumprimento do cimo do crânio. Este ossudo espinhaço providência um ponto de fixação para os grandes músculos temporais.
Em relação aos dentes, estes apresentavam uma arcada dental parabólica, molares bastante largos e pré-molares com espesso esmalte, dentes incisivos muito pequenos, maxilares maciços, dentes completamente lisos. Face achatada, causada pela posição anterior dos molares, e o tamanho extremamente grande dos molares e pré-molares, são características típicas das formas dos rubustus.
Estas características são a chave para o desenvolvimento de uma mastigação complexa destinada a processar comida fibrosa rija. A posição anterior dos molares criou espaço para grandes músculos de mastigação atrás do arco zygomático. Os grandes molares e pré-molares proporcionam grandes superfícies para moer os alimentos rijos.
A mastigação maciça é característica das últimas três espécies, atingindo o seu maior desenvolvimento com Paranthropus rubustus.