domingo, junho 01, 2008

Um novo homem, uma nova humanidade,
um novo conceito de estar no Mundo.

O homem não tem vivido verdadeiramente até agora, não autenticamente; o homem tem vivido uma pseudo vida. O homem tem vivido patologicamente, o homem tem vivido doente. E não há necessidade de viver com essa patologia – podemos sair dessa prisão, porque a prisão foi construída pelas nossas próprias mãos. Vivemos numa prisão porque assim o decidimos – porque acreditámos que a prisão não é uma prisão, mas a nossa casa. A minha mensagem para a humanidade é: Chega! Acordem! Vejam o que é que o homem fez ao próprio homem. Durante 3.000 anos, o homem andou a matar homens. (OSHO RAJNEESH)

Quando expressamos a esperança num novo homem com comportamentos que identificamos como correctos, porque recusamos aceitar o que nos é imposto, não podemos esquecer que estamos a apelar à regeneração holística do homem.

Não podemos designar esta humanidade como ser superior, quando só de longe em longe, um Buda floresceu e cada pessoa nasceu para ser um Buda.

Mas o que é que correu mal? Por que é que o homem vive há milhares de anos no inferno? Entre o material e o espiritual, o bom e o mau, entre Deus e o Diabo. O homem tem vivido na dualidade da escolha de ser materialista ou espiritualista. O homem não pode ser ambos ao mesmo tempo. Esta foi a raiz da miséria do homem. Um homem dividido contra si próprio.
Até agora, a humanidade tem sido esquizofrénica, porque lhe foi dito para reprimir, para rejeitar, para negar, muitas partes do seu ser natural. Mas a rejeição não significa que tenham sido destruídas. Ficam a funcionar a partir do inconsciente; assim ficam realmente mais perigosas. O homem é um todo orgânico. E tudo que a Natureza lhe deu deve ser usado. Tudo o que é necessário é criar a harmonia dentro de si mesmo.

Mas aquilo a que chamamos religiões tem ensinado caminhos para a desarmonia, para a discórdia, para o conflito. E enquanto estamos a lutar connosco próprios dissipamos a nossa energia. Tornamo-nos sombrios e estúpidos, porque com pouca energia, ninguém consegue ser inteligente. O transbordar da energia é o que causa o crescimento da inteligência. E o homem tem vivido numa pobreza interior.

Preconiza-se para o homem novo uma nova síntese. O encontro do céu e da terra, o encontro do visível com o invisível, o encontro de todas as polaridades – do homem e da mulher, do dia e da noite, do Verão e do Inverno, do sexo e da beatitude. Só esse encontro propiciará um homem novo.
A divisão interna tem guiado a humanidade para um estado de suicídio. Só tem criado escravos, e os escravos não podem viver realmente, não têm nada para viver. Vivem para os outros. São reduzidos a máquinas, cheios de habilidades, eficientes, mas uma máquina é uma máquina e como tal não conhece o prazer de viver. Só consegue sofrer.

O novo homem que ambicionamos, tem de ser universal, ele terá de transcender todas as barreiras da raça, religião, sexo, cor da pele. O respeito pelo seu semelhante e por tudo que o rodeia e por ele próprio será o fundamento do seu carácter. O homem novo não será nem oriental nem ocidental, reclamará toda a Terra como sua casa.

A vida interna ser compatível com a externa. Não é necessário ser pobre por fora para ser rico por dentro Não é preciso ser rico por fora e deixar de ser rico por dentro. Um balanço perfeito entre a espiritualidade interior e materialidade exterior.

O novo homem não pode continuar a ser um campo de batalha, com a personalidade separada mas, um homem unificado e energético, uma nova forma de estar no cosmos, uma forma qualitativamente diferente de perceber e experimentar a realidade.

O novo homem deverá ser um místico, um poeta, um cientista, tudo junto, que viverá através da consciência e responsável por si próprio e pela existência. O novo homem será aberto e honesto, autêntico. Ele não será hipócrita. Ele não viverá através de objectivos: ele viverá o aqui e agora. Ele só conhecerá um tempo: agora, e só um espaço: aqui.

Teremos, sem dúvida, oportunidade de criarmos um novo homem, não dividido, íntegro e total, mas tens de começar por ti. AGORA.
Bibliogarfia (Osho, Philosophia Perennis, Volume 2, Capítuo 2)