Jantar de Outono
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Filogenia dos ancestrais humanos
Cro-magnon (II)
Os artefactos do Homo sapiens sapiens que inicialmente não são diferentes dos utilizados pelos Neanthertais, rapidamente evoluem para formas mais sofisticadas de acordo com as suas próprias necessidades evolutivas. A figura abaixo mostra os caçadores a prepararem as suas ferramentas de pedra sob o olhar de um jovem aprendiz.
Na figura seguinte, os ossos em forma de agulhas, são evidências de confecção de vestuário. O colar à direita contem unhas, dentes de urso e de leão, que conjuntamente com o bastão à esquerda, seriam insígnias de comando, o que demonstra já uma forma de organização social.
A caça é o seu principal meio de subsistência naquele ambiente tão agreste. A actividade humana procura por toda a parte competir com os predadores pela carne.
No seu temor pela agressividade e envergadura dos predadores, procuram pela magia apoderar-se dos seus poderes para lhes darem força para os enfrentar, dando início a um culto em que as práticas mágicas tinham a maior importância na forma de pantomimas e danças.
A caça causava medo, respeito e admiração (facilmente compreensiva frente a um mamute ou um tigre dente de sabre). Disfarçavam-se de animais, como mostram algumas pinturas, imitando-os para se apropriarem da sua força oculta que lhes permitiria dominar magicamente a caça, provocando alucinações por um estado alterado de consciência.
O artista caçador, antecipa o acto da caçada com os seus desenhos e era justamente durante essa feitura que ele produzia a mágica em busca da vitória.
Ignora-se a motivação que levou os nossos antepassados a pintar, mas se soltarmos a nossa imaginação nas cavernas, veremos, nas paredes, a dança da sombra dos nossos corpos criada pela luz das chamas. Essas projecções devem ter causado susto e fascínio e inspiração.
A reconstituição artística anterior, representa um ritual que procedia à caçada, baseada em artefactos encontrados numa caverna em França. A cerimónia incluía o sacrifício de ursos.
Com o enterramento dos mortos, são evidentes sinais de uma crença em algo mais do que a vida terrestre. As oferendas que acompanhavam o defunto,em especial os seus objectos pessoais, predizem, como mais tarde aconteceu no Egipto, a continuidade do ser noutra vida. A posição fetal dos corpos enterrados, sugere uma relação entre a morte e o nascimento, como que se esperassem que a primeira fosse a porta de passagem para outra vida acabada de nascer.
Esta espiritualidade perante a morte, associada à espiritualidade da caça, é para muitos paleontólogos a mais primitiva forma de religião, não a veneração de qualquer deus, não de forças da Natureza, mas de forças ocultas, que lhe escapando à compreensão, começavam a inquietá-lo.
Durante o Mesolítico, o clima mudou e a fauna extinguiu-se ou emigrou e tiveram de se adaptar. Os seus vestígios, com pinturas e gravações esquemáticas, tomam o lugar das pinturas anteriores, parecendo indicar o culto dos antepassados buscando uma comunicação com eles para assegurar a sua protecção.
(continua)
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Filogenia dos ancestrais humanos
Cro-magnon (II)
Os artefactos do Homo sapiens sapiens que inicialmente não são diferentes dos utilizados pelos Neanthertais, rapidamente evoluem para formas mais sofisticadas de acordo com as suas próprias necessidades evolutivas. A figura abaixo mostra os caçadores a prepararem as suas ferramentas de pedra sob o olhar de um jovem aprendiz.
Na figura seguinte, os ossos em forma de agulhas, são evidências de confecção de vestuário. O colar à direita contem unhas, dentes de urso e de leão, que conjuntamente com o bastão à esquerda, seriam insígnias de comando, o que demonstra já uma forma de organização social.
A caça é o seu principal meio de subsistência naquele ambiente tão agreste. A actividade humana procura por toda a parte competir com os predadores pela carne.
No seu temor pela agressividade e envergadura dos predadores, procuram pela magia apoderar-se dos seus poderes para lhes darem força para os enfrentar, dando início a um culto em que as práticas mágicas tinham a maior importância na forma de pantomimas e danças.
A caça causava medo, respeito e admiração (facilmente compreensiva frente a um mamute ou um tigre dente de sabre). Disfarçavam-se de animais, como mostram algumas pinturas, imitando-os para se apropriarem da sua força oculta que lhes permitiria dominar magicamente a caça, provocando alucinações por um estado alterado de consciência.
O artista caçador, antecipa o acto da caçada com os seus desenhos e era justamente durante essa feitura que ele produzia a mágica em busca da vitória.
Ignora-se a motivação que levou os nossos antepassados a pintar, mas se soltarmos a nossa imaginação nas cavernas, veremos, nas paredes, a dança da sombra dos nossos corpos criada pela luz das chamas. Essas projecções devem ter causado susto e fascínio e inspiração.
A reconstituição artística anterior, representa um ritual que procedia à caçada, baseada em artefactos encontrados numa caverna em França. A cerimónia incluía o sacrifício de ursos.
Com o enterramento dos mortos, são evidentes sinais de uma crença em algo mais do que a vida terrestre. As oferendas que acompanhavam o defunto,em especial os seus objectos pessoais, predizem, como mais tarde aconteceu no Egipto, a continuidade do ser noutra vida. A posição fetal dos corpos enterrados, sugere uma relação entre a morte e o nascimento, como que se esperassem que a primeira fosse a porta de passagem para outra vida acabada de nascer.
Esta espiritualidade perante a morte, associada à espiritualidade da caça, é para muitos paleontólogos a mais primitiva forma de religião, não a veneração de qualquer deus, não de forças da Natureza, mas de forças ocultas, que lhe escapando à compreensão, começavam a inquietá-lo.
Durante o Mesolítico, o clima mudou e a fauna extinguiu-se ou emigrou e tiveram de se adaptar. Os seus vestígios, com pinturas e gravações esquemáticas, tomam o lugar das pinturas anteriores, parecendo indicar o culto dos antepassados buscando uma comunicação com eles para assegurar a sua protecção.
(continua)
12 Comments:
Outro dos teus textos imprescindíveis!
ola augusto.
mais gostaria de saber sobre a reencarnaçao pois no meu estado de espirito é só uma inclinação maior que as outras.
tenho a certeza que farias um bom artigo sobre isso.
este está optimo, tanto na exposição como as fotos.
abraço da leonoreta
outra 'aulita'. tão bom!
Augusto,
Como sempre por muito que se recue no tempo acabamos por encontrar semelhanças de atitudes nos seres humanos. É uma caracteristica nossa. Gosto destes teus textos sobre a evolução humana.
Entretanto queria (embora tardiamente) dar-te os parabéns pelo aniversário do blog.
Boa semana.
Abraço.
É verdade, aprendo sempre quando te leio! Beijos.
diria que não é esforço o que te impele a escrever sobre a "vida" ; nota-se o gosto - parabens porque é uma forma de recordar ou de aprender...
abç
Sabe bem uma aulita destas para rever os conhecimentos e pensar um pouco. Partilho isso aqui.
Em 1868 os 5 fósseis intactos na caverna de Cro-Magnon permitiram uma ligação aos primeiros homens modernos.
Trata-se de uma espécie "superior a todas as outras" pela pintura, escultura e formas de comunicação. (Esqueçamos outros critérios onde é inferior a todas as outras!)
Passam-se 400 a 1000 séculos com evoluções (e retrocessos??) aprimorando uma sociedade onde: "Elevo-me apoiado nesta sociedade, mas sou refém desta elevação pois para elevar-me tenho de confiar a minha sobrevivência noutros."
A partir daqui o conflito entre o racional e o instintivo evolui na porporção do afastamento à condição original!
Conclui-se portanto considerarmos preferível confiar a nossa propria sobrevivência a outros do que apenas a si mesmo (ou um pequeno grupo) e aos acontecimentos naturais.
Li, agradado e aguardo continuação.
Abraço.
vou dizer algo que me ocorre sempre que leio e vejo os teus artigos : recordo os meus 3º e 4º anos do liceu e as aulas de História com o Dr. Ferronha e os cadernos (que a minha mãe guardou)com os resumos (TPC!!) das aulas devidamente decorados com "cromos" das colecções. enfim, como diz a outra, coisas de velha! Ah! eu também gosto especialmente de casas na praia, nas cidades sufoco, mas a paixão vai para aquelas pequenas grandes coisas que, penso, só a cidade grande faz sobressair ao olhar atento. Enfim...
Querido amigo,
Voltei hoje a blogosfera, depois de quase 3 meses de desncanso.
E volto hoje com festa... Gostaria de poder contar com sua presença nesta data duplamente feliz para mim...
Beijos, flores e muitos sorrisos!
Espaço muito precioso, post riquissimo. Parabéns pelo trabalho.
Abraço
Caderno da Alma
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