sexta-feira, abril 21, 2006

Felicidade

Quem deseja a felicidade? Muitos fazem rodeios, mas gritar aos sete ventos, EU QUERO SER FELIZ, não vejo ninguém. De que têm medo ou vergonha, se é o que todos querem?
Porquê devemos ter vergonha ou medo de o fazer, se ser feliz é uma capacidade exclusiva dos humanos, e a felicidade deveria ser o estado de “alma” permanente da Humanidade.
Saberemos nós ser felizes? Teremos nós a coragem de ser felizes para podermos desejar a felicidade, ou a nossa falta convicção não nos deixa ultrapassar o murmúrio?

"É difícil ser feliz; requer espírito, energia, atenção, renúncia e uma espécie de cortesia que é bem próxima do amor. Às vezes é uma graça ser feliz: mas pode ser, sem a graça, um dever. Um homem digno desse nome agarra-se à felicidade, como se amarra ao mastro em mau tempo, para se conservar a si mesmo e aos que ama. Ser feliz é um dever." É uma generosidade. (Louis Pauwels)


Talvez nos equivoquemos com a satisfação confundindo-a com a felicidade, exigindo para esta o que achamos imprescindível para a outra.
A satisfação dos nossos desejos não se traduz em felicidade. A felicidade é algo que só tem a haver com nós próprios independentemente dos desejos.

“Pergunta-me onde, neste mundo, se pode encontrar a felicidade? Depois de numerosas experiências, convenci-me que ela reside apenas em estarmos contentes com nós próprios. As paixões não nos conseguem comunicar esse contentamento; desejamos sempre o impossível – o que obtemos nunca nos satisfaz.” (Eugène Delacroix)

A felicidade é a força sentida que nos desperta as emoções e nos põem em sintonia com a Natureza. Ela representa a vontade da própria vida.

“É tão bom sentir pulsar dentro de nós aquela existência superior cuja realização só nos é possível sonhar ou pressentir”. ( George Sand)

Ao contrário a satisfação conduz-nos a um mundo inferior, o mundo dos sentidos, do egoísmo e das paixões.
Só a compreensão da infelicidade nos pode fazer reconhecer a felicidade. Só a avaliação do que nos torna infelizes nos poderá conduzir à felicidade.
Será que o que nos torna infelizes é o resultado da insatisfação de um egoísmo acerbado que só a sua satisfação nos pode tornar felizes?

Porque a vida não nos oferece aquilo que esperamos dela?
Porque a nossa felicidade depende da concretização dos sonhos?
Porque nos relegámos para segundo plano, e só o desejado tem importância.
Porque já nada nos pode impressionar e transmitir serenidade, restando apenas o desejo.
Porque o simples facto de existirmos já não tem significado, se essa existência não for consubstanciada com o ter do querer.

Se não conseguimos compreender a diferença entre a satisfação e a felicidade, e pelo contrário as tornamos dependentes uma da outra, a felicidade não passará de uma palavra cujo significado, por muito que o procuremos, nunca o vamos entender. E como se pode querer uma coisa que não se conhece?
Quem procura o efémero da satisfação, nunca encontrará a felicidade.

A felicidade nem sempre vem ao nosso encontro, mas quando vem temos de saber recebê-la, e se por vezes se ausenta, o espaço deixado por ela deve ser preservado para o seu regresso.

16 Comments:

Blogger BlueShell said...

Beijos de serenidade
BShellºººººººººººººººº
º-º-º-º-º-º-º-º-º-º-º-º-

10:25 da tarde  
Blogger A Sonhadora said...

Não é fácil...a receita para a felicidade, mas se procedermos para com os outros, como desejamos que os outros procedam para connosco...aí, já teremos um meio mto eficaz de sermos felizes...aliás deve ser dificil haver um outro caminho, mais simples e seguro...Um abraço Fernando...e um bom fim de semana cheio de mta paz...e sobretudo de mta felicidade!!!Um abraço da sonhadora

12:52 da manhã  
Blogger Diogo said...

A felicidade é sentirmo-nos bem com nós próprios. Mas está dependente de tanta coisa!

6:16 da tarde  
Blogger Rosalina Simão Nunes said...

bem...depois de ler o texto conclui: sou feliz. mas isso eu já sabia. aqui só tive a confirmação.

obrigada pela "aula".
é verdade, "roubei" o texto. será que posso usá-lo?

12:51 da tarde  
Blogger contradicoes said...

Meu caro Augusto este tema é muito interessante mas gerador de controvérsia. Quando dizes que a felicidade é sentirmo-nos bem com nós próprios, isso é apenas uma parte. Porque para felicidade de cada um de nós, contribuem vários factores que não dependem exclusivamente de nós. E é exactamente aí que as coisas se complicam. Quantas vezes mesmo a ti, tal, deve ter acontecido, estares a viver um momento de felicidade e de repente alguém apercebendo-se disso contribui para a estragar. Com um abraço do Raul

9:52 da tarde  
Blogger BlueShell said...

Sonhos em AZUL
BLUEshellyº0º0º0
ºoºoºoºoºoºoºoºoºo
oºoºoºoºoºoºoºoºoº

10:17 da tarde  
Blogger isabel mendes ferreira said...

hoje tinha de vir Aqui...

beijos. aos dois. feliz.... expectante. ainda e apesar de tudo....



adorei. bom abril....e um abraço. doce.

9:10 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Boa tarde Augusto.
Desculpe a invasão, não costumo comentar, embora o "leia" sempre.
Mas hoje não podia deixar de o fazer: que certa esta sua postura, que pena que tão pouca gente a partilhe! Quanta "cinzentice" em que tanta gente se conforma em viver! Não que eu pense que a felicidade seja fácil, mas seguramente penso e sobretudo, SINTO, que esta é a postura certa de estar na vida: ACREDITAR.
Obrigada por fazer a diferença.
Ana.

1:55 da tarde  
Blogger isabel mendes ferreira said...

obrigado.
obrigado
obrigado!!!!!!!!!!!!!!!

amei que hoje tivesse ido lá....



beijos.

a duplicar...

6:21 da tarde  
Blogger Júlia Coutinho said...

Embora um bocadinho atrasada, aqui deixo um grande abraço comemorativo de mais um 25 de Abril!
Quanto ao post, faço minhas as palavras do Raul: nem sempre a felicidade depende só e apenas de nós.

6:40 da tarde  
Blogger Maria said...

A felicidade!! parece-nos por vezes uma meta tão distante! Sonhamos de mais? Talvez. E fazemos sempre depender a nossa felicidade da concretização dos nossos sonhos. E por vezes, sonhamos alto de mais!!! E por vezes esquecemo-nos de ser felizes com as pequenas coisas do dia a dia. A minha mãe costumava dizer que não eram os gastos de grandes importâncias que desiquilibravam o orçamento, mas sim os múltiplos pequenos gastos, aqueles sem importância, mas que somados, faziam muito. Se esperarmos sempre aquela dose de felicidade que sonhamos - o euromilhões, o totoloto, as férias de sonho - nunca seremos verdadeiramente felizes. Temos que aprender a sê-lo com o nascer do sol em cada manhã, com a bica bem tirada e que nos sabe tão bem, com um belo passeio pela praia em boa companhia, ou mesmo só, com a leitura daquele livro de q tanto gostamos. É de pequenas coisas que a felicidade também se alimenta. E tanta gente não sabe ver isso!
Beijos e muitos cravos (sempre a tempo)

7:03 da tarde  
Blogger Å®t Øf £övë said...

Augusto,
Que bela reflexão fazes tu aqui sobre a felicidade, e o que é estar feliz!!!
Eu deixo-te aqui a pergunta:
"Quem decide a nossa história pessoal?
O felicidade se o quisermos. A tristeza, se a deixarmos" - grita forte o nosso coração. Quando ouvimos o grito (e é impossível não o ouvir pelo menos uma vez na vida) decidimos se o queremos seguir, ou se o vamos ignorar...
A escolha entre a felicidade, e a tristeza, a maior parte das vezes é de cada um de nós, e depende muito da forma como encaramos a vida.
Abraço.

10:53 da tarde  
Blogger Fátima Santos said...

Agradeço os comentários que me tem deixado e a que não retribui ainda. Este texto é uma reflexão de sabedoria. Eu entendo que a Vida nos permite a felicidade que é senti-la de modo muito pessoal (não egoista)numa integração e aceitação de nós própios que se traduz em bem estar, em serenidade...mas leva tanto tempo!!! e exige tanta dor, a tal que nos permite fortalecer o nosso eu já não em busca da felicidade mas encontrando-a em nós mesmos! Helas!

6:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A felicidade não se atinge, conquista-se! O medo e a vergonha é um conceito da própria infelicidade... Comungo inteiramente da passagem de Louis Pauwels. Creio que a felicidade é um estado das nossas capacidades de entender a vida, se ela nos sorri, nós sorrimos com ela, e isso dá-nos prosperidade e até escárnio pela vida! A felicidade altera-se consoante a nossa exigência porque é mutável a cada época... A felicidade dos meus avós ou pais, não é a mesma que eu desejo para mim... O contrabalanço da felicidade mede-se pela sua capacidade de se atingir os objectivos, mas sem amor... nunca lá, se chegará.

Belo tema, e o texto está sublime. Digo mais, não me saberia expressar melhor, excepto o que acrescento neste humilde comentário...

Abraços Augusto, e um beijo à Teresa!

4:49 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Felicidade é vivermos a nossa vida e não a vida que os outros querem que a gente viva.

Felicidade é responsabilizarmo-nos pelas nossas atitudes, sem culpablizar um outro...

Felicidade é sabermos quem somos...

Felicidade é ter o coração cheio de amor sabedoria, de amor universal...

Felicidade é poder amar. É chorar, rir, perder, conquistar...

Felicidade é estar grata pelo milagre da vida, é sentir a nossa essência...

Felicidade é deixar a nossa alma voar...

Só pelo simples facto de existir, estou... FELIZ

6:05 da tarde  
Blogger AJB - martelo said...

pois é amigo Augusto, como eu costumo dizer a Felicidade é uma coisa de vez em quando...

1:39 da tarde  

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