(continuação)
Como vimos no texto anterior, ao Homo erectus que povoou África foi lhe dado o nome de Homo ergaster, passando só a usar o nome de Homo erectus, as populações que emigraram para fora de África.
Há cerca de 1,6 milhões de anos o Homo erectus iniciou a sua emigração para fora de África e durante um milhão de anos viajou até ao Extremo Oriente, povoando todos os continentes com a excepção do americano
Estavam em pleno Pleistoceno onde operavam grandes mudanças climatéricas. A Europa e a Ásia estavam sujeitas a períodos muito frios, as glaciações, pelo que os níveis do mar se tornam mais baixos ligando os continentes entre si e ligando as ilhas a estes, facilitando a deslocação ao Homo erectus.
Vários achados fósseis, um grupo de cerca de cinquenta indivíduos, foram encontrados nas cavernas de Choukoutien, perto de Pequim, na China, que foram chamados de o ”Homem de Pequim” e em Java um outro grupo fóssil seria conhecido como o “Homem de Trinil”.
O seu elevado desenvolvimento cerebral propiciou-lhe a necessária capacidade de adaptação aos mais variados ambientes, permitindo-lhe a fixação, dando origem às mais variadas raças.
No erectus existem muitas características particulares que o diferenciam das espécies anteriores. Um crânio com uma capacidade entre os 900 e 1250 cm3, o que representa um aumento de cerca de 50% em relação ao Homo habilis e com grossas paredes.
A parte de trás é marcada por uma protuberância conhecida como o torus occipital. Por cima dos olhos há uma grande e proeminente sobrancelha enrugada, ou arcada super orbital, a qual junta o osso frontal até à depressão chamada sulcus.
A dentição é semelhante à do moderno humano, ainda que os molares sejam maiores e a mandíbula mais robusta, era mais pequena que o Homo hábilis
Altura variava entre 1,30 e 1,70, e proporção dos braços para as pernas já se apresentava igual aos modernos humanos.
Entre os primitivos Homo rerectus, os machos eram maiores que as fêmeas. Durante um milhão de anos, a proporção do tamanho mudou, ficando parecida com a dos modernos humanos.
Os cientistas especulam que esta diferença de tamanho final, propicia sinais de mudança de comportamento na espécie, e sugerem o emergir de uma estrutura social.
Existem diversas espécies individuais do homo erctus, mas somente alguns são conhecidos. A reconstrução artística de três faces feitas a partir dos crânios, mostra as variações ocorridas durante o período de cerca de um milhão de anos. A mais antiga, à esquerda, tem aproximadamente 1,5 milhões de anos, a mais recente, à esquerda, 0,5 milhões de anos. A face torna-se mais vertical com um crânio mais redondo, o tamanho do cérebro incrementado e projecção do nariz.
Homo erectus foi um perfeito construtor e utilizador de ferramentas. As suas ferramentas são as primeiras a mostrar um consciente desenho de muita complexidade. Ferramentas de madeira e armas também aparecem, no conjunto fóssil desta espécie, juntamente com os bifaces e machados.
Evidências de massacre de grandes elefantes, sugerem que eram exímios caçadores de grandes animais.
Os locais da China onde foi encontrado o Homo erectus preservam evidências de canibalismo.
Ao Homo erectus é lhe creditado o maior evento cultural da Humanidade, o domínio e utilização do fogo.
Homo heidelbergensis é o nome dado à espécie que na Europa serviu de ponte entre o Homo erectus e os Neandertais. O nome proposto para o achado fóssil, uma mandíbula, deve-se ao facto de a sua descoberta ter ocorrido numa escavação de areia ao Norte de Mauer, perto de Haidelberg, Alemanha, em 1970 e datada como pertencendo ao Pleistoceno Médio com 500.000 anos.
Homo rhodesiensis é o nome dado ao primeiro fóssil do erectus encontrado em África, numa mina de prospecção de metais, em Kabwe, Zâmbia, e foi datado com 125.000 anos.
A idade do Homo rhodesiensis, justificava o desenvolvimento europeu para o nível de Cro-Magnon, enquanto as populações africanas ficavam no Homo erectus.
O perfil da caixa craniana é baixo e inclina-se para trás desde a grande supra orbital, e apresenta o remanescente de uma quilha sagital. Contudo a face é mais moderna na aparência e o tamanho do cérebro é maior do que do Homo erectus.
Assim, este crânio apresenta uma transição, ao preservar muitos traços que são reminiscências do primitivo Homo erectus e alusão de modernos traços conhecidos no posterior Homo sapiens.
11 Comments:
Os orientais não subscrevem esta "teoria da evolução humana"... Ainda assim é mais um bom texto sobre o passado da espécie...
Outro assunto, se me permitem:
O que sabemos sobre a "gripe das aves"? Porque é que há notícias censuradas, sistematicamente, pelos OCS?
Queria sugerir mais uma visita ao meu blog, SOCIOCRACIA, onde coligi uma série de elementos sobre "o Negócio do Medo". Há para todos os gostos, desde os factos fortemente indiciados, até "teorias da conspiração", plausíveis. Tudo para demonstrar que há muita gente cuja consciência está a ser "agredida" pela campanha de medo da comunicação social e pela censura cerrada e cretina a este tipo de notícias... Peço a todos que divulguem, de modo a criar uma corrente que não possa mais ser ignorada...
Augusto,
Continuas a dar-nos belas lições sobre os nossos antepassados, e a nossa evolução humana.
Gosto de ler estes teus textos.
Boa semana.
Abraço.
Mais um post elucidativo sobre uma matéria que muito me agrada. Continuarei a vir por mais. :)
Para já, deixo uma pequena contribuição (em inglês):
http://www.mnh.si.edu/anthro/
humanorigins/ha/a_tree.html
Até breve,
A.
Muito bom mesmo, Augusto!
São verddeiras lições para reaprendermos o já esquecido, muitas vezes.
Os comportamentos mentais parece-me que não deverão ter seguido uma linha evolutiva tão completa! Ainda hoje deparamos com muitos h. das cavernas!!!
Um beijinho,
Este blogue já faz parte da cadeira de antropologia da universidade, que não me lembro agora onde está situada, mas que sei que existe. É uma delicia parar por aqui, e ler tudo o que escreves, seja ele fruto de pesquisa ou da impulsividade do conhecimento adquirido. Tanto faz, porque o que interessa é o momento, que não procuramos o que entramos aqui pela certa…
Um forte abraço
Ps: .- Ando em falta, em falta de tempo, em falta da presença do tempo que não tenho!
http://ababushka.blogs.sapo.pt/
Um milhão de anos em passo de corrida.
Um milhão de anos é muito tempo. (é mais do que eu espero viver :)) São mais de 40.000 gerações. Dá para aceitar que possam ter acontecido muitas alterações na configuração das espécies, nomeadamente na humana. E é isso que a ciência tem vindo a confirmar.
Abraço
Olá Augusto, boa tarde...
Gostei da tua visita, ao meu cantinho, desejo-te que passes uma semana mto boa cheia de alegria, e com tudo de bom a que tens direito.
Uma abraço e uma beijoca da sonhadora
Caro amigo:
Acha que o Homem vem do macaco ou caminha para o macaco? Pode parecer brincadeira, mas olhando para o passado do que já foi o Homem, ponho sérias dúvidas.
augusto, assim nao vale! nao me deixas fazer um comentario menos bom. e assim repito-me. o artigo está excelente. as fotos então... formidáveis. bem inseridas a tempo e horas no contexto.
se participares no cultural mente imagina o meu orgulho!
abraço da leonoreta
só pergunto ...não devem ter sido esses nossos antepassados que nos deixaram esta herança de uma sociedade sem valores.
a verdade é que o nosso planeta mergulha numa vastidão de tempo que n´os nem conseguimos imaginar..e a verdade é que em 24 horas o tempo que nos é destinado são 11 minutos... e em milesimos de segundo como o destruimos.
abraço cjbarros
...help me...não tenho tido tempo para a blogosfera:(...
Bem, vim desejar-te uma óptima Páscoa.
Jinhossssss
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