Socratizando
Sentem-se confortáveis a viver neste país, sabendo que uma parte dos nossos concidadãos vivem na miséria?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis na vossa casa, sabendo que uma parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, não têm uma casa minimamente decente para viver ou não têm nenhuma?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis com a certeza de que a assistência médica não vos falta, quando parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, não têm direito a ela?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis quando conduzem o vosso automóvel, sabendo que uma parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, não têm dinheiro para comprar um bilhete dos transportes públicos?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis quando se banqueteiam opiparamente, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, nem pão muitas vezes têm para comer?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis vestindo boas roupas, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, nem dinheiro têm para comprar um par de alpercatas?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis durante as férias, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, nem sequer sabem o que isso é?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis quando se divertirem à noite, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, estão esperando por uma sopa?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis com os filhos à vossa volta, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, estão impossibilitados de os ter?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis quando compram presentes para os vossos filhos, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, não o podem fazer?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis ao verem os vossos filhos felizes pela vida que lhes proporcionam, sabendo que parte dos nossos cidadãos que vivem na miséria, só vêm nos seus a tristeza de nada terem?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis nas vossas oportunidades na vida, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, foram preteridos?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis ao verificarem o que gastam no supérfluo, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, para eles esse supérfluo poderia ser o seu essencial?
Já pensaram nisso?
Já pensaram?
Uns pensaram e interessaram-se, mas não fizeram nada, outros pensaram mas não quiseram saber e outros ainda não pensaram, ignorando pura e simplesmente.
Restam os que se sentiram desconfortáveis, que sem alijarem as suas responsabilidades de solidariedade para terceiros, e de uma forma ou de outra, de alguma coisa prescindiram para minorar a pobreza dos nossos concidadãos. Bem hajam, estes são a esperança.
Para muitos a religião não é mais que um refúgio egoísta, onde só o seu eu conta, como se Deus fosse seu exclusivo.
Para outros a moral, a solidariedade e a fraternidade são palavras só com sentido na segunda pessoa.
Para outros a palavra cidadão desfavorecido não significa mais que um vizinho, estranho e incómodo.
Se vítimas do egoísmo, só o vosso conforto tem razão de ser, então que sociedade é esta em que vivemos?
Seremos uma sociedade vazia dos bens mais preciosos da humanidade, a fraternidade e solidariedade, onde só o egoísmo impera?
Seremos uma sociedade que só se insurge quando se sente afectada, esquecendo e marginalizando, os seus concidadãos que se encontram na miséria, como se estes não existissem?
Quem viu o apelo a uma manifestação, uma só, para exigir ao governo a concessão do mínimo indispensável, só do mínimo dos mínimos, para aqueles marginalizados socialmente pela sua condição de miseráveis? Eu não vi. Só vi manifestações do conforto a exigir mais conforto.
Isto não é o discurso de um qualquer monge mendicante, mas de um cidadão igual a vocês, que não se isenta da sua quota-parte culpa. Vejo com frequência na blogesfera apelos de solidariedade para esta ou aquela causa, o que aplaudo veementemente, mas o que proponho hoje não é um apelo à solidariedade, mas à obrigatoriedade que todos têm de reflectirem no que escrevi, o resultado dessa reflexão será o que a vossa consciência ditar.
Um país não é só dos favorecidos é de todos, e se oportunidades sorriram mais a uns que outros, os contemplados devem reconhecer humildemente a sua benesse, sem nunca esquecerem os que a não tiveram.
A sorte é muito volátil, de um dia para o outro pode tornar-se em infortúnio e aquilo que hoje não é desconfortável pode passar a sê-lo.
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis a viver neste país, sabendo que uma parte dos nossos concidadãos vivem na miséria?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis na vossa casa, sabendo que uma parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, não têm uma casa minimamente decente para viver ou não têm nenhuma?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis com a certeza de que a assistência médica não vos falta, quando parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, não têm direito a ela?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis quando conduzem o vosso automóvel, sabendo que uma parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, não têm dinheiro para comprar um bilhete dos transportes públicos?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis quando se banqueteiam opiparamente, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, nem pão muitas vezes têm para comer?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis vestindo boas roupas, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, nem dinheiro têm para comprar um par de alpercatas?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis durante as férias, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, nem sequer sabem o que isso é?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis quando se divertirem à noite, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, estão esperando por uma sopa?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis com os filhos à vossa volta, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, estão impossibilitados de os ter?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis quando compram presentes para os vossos filhos, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, não o podem fazer?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis ao verem os vossos filhos felizes pela vida que lhes proporcionam, sabendo que parte dos nossos cidadãos que vivem na miséria, só vêm nos seus a tristeza de nada terem?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis nas vossas oportunidades na vida, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, foram preteridos?
Já pensaram nisso?
Sentem-se confortáveis ao verificarem o que gastam no supérfluo, sabendo que parte dos nossos concidadãos que vivem na miséria, para eles esse supérfluo poderia ser o seu essencial?
Já pensaram nisso?
Já pensaram?
Uns pensaram e interessaram-se, mas não fizeram nada, outros pensaram mas não quiseram saber e outros ainda não pensaram, ignorando pura e simplesmente.
Restam os que se sentiram desconfortáveis, que sem alijarem as suas responsabilidades de solidariedade para terceiros, e de uma forma ou de outra, de alguma coisa prescindiram para minorar a pobreza dos nossos concidadãos. Bem hajam, estes são a esperança.
Para muitos a religião não é mais que um refúgio egoísta, onde só o seu eu conta, como se Deus fosse seu exclusivo.
Para outros a moral, a solidariedade e a fraternidade são palavras só com sentido na segunda pessoa.
Para outros a palavra cidadão desfavorecido não significa mais que um vizinho, estranho e incómodo.
Se vítimas do egoísmo, só o vosso conforto tem razão de ser, então que sociedade é esta em que vivemos?
Seremos uma sociedade vazia dos bens mais preciosos da humanidade, a fraternidade e solidariedade, onde só o egoísmo impera?
Seremos uma sociedade que só se insurge quando se sente afectada, esquecendo e marginalizando, os seus concidadãos que se encontram na miséria, como se estes não existissem?
Quem viu o apelo a uma manifestação, uma só, para exigir ao governo a concessão do mínimo indispensável, só do mínimo dos mínimos, para aqueles marginalizados socialmente pela sua condição de miseráveis? Eu não vi. Só vi manifestações do conforto a exigir mais conforto.
Isto não é o discurso de um qualquer monge mendicante, mas de um cidadão igual a vocês, que não se isenta da sua quota-parte culpa. Vejo com frequência na blogesfera apelos de solidariedade para esta ou aquela causa, o que aplaudo veementemente, mas o que proponho hoje não é um apelo à solidariedade, mas à obrigatoriedade que todos têm de reflectirem no que escrevi, o resultado dessa reflexão será o que a vossa consciência ditar.
Um país não é só dos favorecidos é de todos, e se oportunidades sorriram mais a uns que outros, os contemplados devem reconhecer humildemente a sua benesse, sem nunca esquecerem os que a não tiveram.
A sorte é muito volátil, de um dia para o outro pode tornar-se em infortúnio e aquilo que hoje não é desconfortável pode passar a sê-lo.
Já pensaram nisso?
19 Comments:
"Cada um de nós é culpado perante todos, por todos e por tudo"
Dostoievsky
Um bom fim de semana e um beijo por lembrares.
Passei para lhe desejar um bom fim-de-semana!
Beijinhos***
:)
O nosso 4º leilao termina as 22h, queres ir la dar uma espreitadela? Beijinhos
A sorte é muito volátil, de um dia para o outro pode tornar-se em infortúnio e aquilo que hoje não é desconfortável pode passar a sê-lo.
Já pensaram nisso?
Reproduzi o final do post que encerra uma realidade com que os indiferentes à triste realidade vivida por aqueles que nada têm nem sequer um prato de sopa para comer, não se aperceberem que a qualquer momento pode ruir o castelo que construiram e serem também vítimas desse flagelo. Esta é uma oportuna
chamada de atenção sobretudo para os distraídos.
Ai Augusto!!!
Eu sei bem como a vida muda de um dia para o outro e de que forma!!!
Mas nunca fui indiferente mesmo quando a vida me sorria, nunca virei o rosto para o lado, nunca deixei de estender a mão, mesmo sem saber a quem o fazia e nunca o fiz por amor a um deus ou a uma fé qualquer que não fosse a minha fé naquilo que o ser humano tem de melhor: a solidariedade e a fraternidade.
E mesmo quando todos os que se diziam meus amigos me viraram as costas porque a minha vida deu essa tal volta, se muitos mas viraram, o dobro de novos amigos tem vindo ao meu encontro e eu ao encontro deles, porque continuo a abrir os braços, a arregaçar as mangas e a acreditar que se hoje foi duro amanhã a sorte pode de novo virar na minha vida.
Nascendo todos os dias.
Um beijo muito especial para ti e para aquela que está junto de ti.
Tu sabes...
São sempre muito especiais os momentos que passamos juntos e esta noite foi mais uma :-)
o homem só olha o seu próprio umbigo, e com isto digo tudo...
obrigado pelas visitas.
Muito bem Augusto. Um verdadeiro post de alerta de sensibilização. Sim já pensei sobre isso e faço os possiveis para ajudar, mais que nao seja estando ao lado de quem precisa, escutando-os com a dignidade que merecem, divulgando como posso. Por vezes as pessoas deviam olhar para o "Mundo Lá Fora".
Abraço
Eu acho que todos nós pensamos nisso, Amigo. O pior é que não é assim que as coisas se resolvem
Um abraço
A miséria é uma violência insuportável num mundo que, nunca como hoje, teve tantos meios tecnológicos para produzir e para prover a todos. A miséria é fruto da lógica absurda dos mercados. Não se vende, não se produz. Mas como vender se as pessoas não têm dinheiro?
O sentido é claro: cada vez mais gente do hemisfério rico irá engrossar as fileiras dos pobres. Até um dia.
...ser...ou estar...dois modos de se existir...todos escolhem o seu...um abraço...
Não há dúvida que estamos a contribuir para deixar um "bom futuro" aos nossos filhos e, muito possivelmente, netos.
O raciocínio generalizado é:
- Nós vamo-nos safando e quem vier atrás que feche a porta.
Belo texto. Infelizmente, neste país, é difícil de passar das palavras à praxis.
Amigo!
Eu ainda insisto em dizer que há jeito a dar ao mundo, às desigualdades, o maior problema é que nem todos estao dispostos a colaborar... mas cada um fazendo a sua parte, por pequena que seja, já produz alguma mudança...
Tuas reflexoes sao preciosas!
Nemaste! E muitos beijos!
Meu querido amigo, este é um dos paises dos excessos uns tem tudo outros não tem nada, não me esquecendo eu porém que este é um pais sem recursos sem fonte de riqueza própria, é apenas um país que vive cada um a ver se trapassa o outro.
beijinhos amigo
'Eles comem tudo
eles comem tudo
eles comem tudo
e não deixam nada...'
É assim, não é? E está para continuar. Os neocoms enquanto não rebentarem com tudo não descansam.
Augusto estou-te duplamente agradecida. Beijinhos.
Augusto, ando a visitar os blogs a que estamos linkados. Considero-o uma personalidade interessante, que aborda assuntos de carácter social. Outro dia, fiz-lhe uma pergunta: Mueda? Passou por lá?
ola augusto.
grande manifesto augusto, digno de ser apresentado na assembleia e estende-lo ao pais inteiro.
mas olha... eu gosto do comboio. penso mesmo que e o mais confortavel.
abraço da leonoreta
Augusto,
Gostei de ler esta tua reflexão, e no essencial até concordo com ela.
Tocas num ponto muito importante e que parece que é uma caracteristica de nós humanos, é que com o mal dos outros podemos nós bem.
É verdade que uns mais do que outros vão lutando e contribuindo para que estes males sejam menores, no entanto também é verdade que o exemplo deveria vir de cima (governo), de quem tem responsabilidades politicas, e nós não vemos isso acontecer.
Assim sendo acabamos por nós proprios irmos desacreditando e desistindo por ficarmos com a sensação que a nossa insignificante contribuição não irá ser visivel.
Bom fds.
Abraço.
este é um dos meus problemas, pensar e algumas vezes fazer até com prejuízo próprio...
mas, não tenciono emendar-me naquilo em que sou coerente.
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