Fotos de Jantar Bloguista em Os Convivas do Costume
O Judaísmo
(terceira parte)
Época Bíblica II
Os Hebreus tornaram-se tão numerosos e fortes, que os reis do Egipto, temerosos da sua importância, decidiram submetê-los à escravidão, para evitar um possível levantamento contra o seu poder. Já em estado de escravidão, o número não parava de aumentar, o que levou o faraó a decretar a morte de todos os filhos varões que nascessem naquele povo.
Este estado de escravidão durou aproximadamente até ao ano 1.200 a.C., quando Moisés recebeu junto ao Monte Sinai uma ordem de Deus para se dirigir ao faraó e exigir dele a liberdade para o seu povo.
Efectivamente, por decreto divino, Moisés organizou o grande êxodo dos Hebreus, que segundo a Bíblia eram cerca de 600.000.
Em busca da terra prometida atravessaram o golfo ocidental do Mar Vermelho, e erraram durante 40 anos no deserto, experimentando todas as dificuldades da vida nómada.
Ao pé do Monte Sinai, Moisés deu aos Hebreus o Decálogo, ou seja, os Dez Mandamentos, o supremo código da humanidade. Mas, além dos Dez Mandamentos Moisés estabeleceu uma longa legislação moral, judicial e cerimonial, que formou a base de toda a cultura hebraica posterior. Esta legislação, cheia de sabedoria e de padrões muito mais elevados do que de todos os povos da época, está contida nos cinco primeiros livros da Bíblia, denominados em grego “Pentateuco” e em hebraico, simplesmente Tora, ou Lei.
Antes de morrer, Moisés nomeou como sucessor Josué, o qual, depois de atravessar o Jordão e derrotar os povos que se opunham à sua marcha vitoriosa, distribuiu as terras conquistadas entre as doze tribos.
Durante cerca de duzentos anos viveram assim na terra de Canaã, em uma confederação, sem rei nem governo central, unidos apenas pela descendência história comum e pelas leis que Moisés lhes havia estabelecido. Como não existia uma autoridade central, cada tribo governava-se sozinha.
Esta divisão em tribos dificultava a melhor condução nas lutas contra os antigos habitantes da região, que resistiam à penetração dos Hebreus.
Surgiram então chefes de qualidades militares que ficaram conhecidos como Juízes: Otoniel, Débora, Gedão e Samuel.
O governo dos Juízes evoluiu e impulsionou os Hebreus a instituírem um governo monárquico, cujo primeiro rei foi Saul.
Seguiu-se David, e com ele o expansionismo militar e a prosperidade. Durante o seu reinado, Jerusalém é escolhida para capital do Estado o que simbolizava a unificação das tribos do Norte e do Sul da Palestina.
Salomão, filho de David, desenvolve o comércio e a agricultura com excelentes resultados. Construiu o Templo de Jeová. Conhece a célebre rainha de Sabá. O fausto e a riqueza que marcaram o seu governo exigiam constantes aumentos de impostos, criando um clima de insatisfação no povo hebreu.
O filho de Salomão, Rehavan, ainda era mais exigente que o pai na cobrança de impostos para seu benefício pessoal, o que levou à revolta das tribos que se dividiram formando dois grandes reinos: ao norte foi formado o reino de Israel, composto de dez tribos, que escolheram Omri para rei. Apesar da veneração a Jeová, foi introduzido o culto a vários deuses.
O culto e o fausto da corte pesavam sobre os camponeses que pagavam os impostos. Nesse momento, o movimento profético ganhou força. O profeta Elias lidera a oposição à dinastia omrida, e depois de uma rebelião unge rei Jehu e a ordem foi de novo restabelecida.
Em 723 a.C. o rei assírio Sargão II invadiu Israel e destruiu a capital Samaria, tornado Israel numa província assíria e grande parte dos seus habitantes foi transferida para a Mesopotâmia.
Ao sul, o reino de Judá, composto pelas outras duas tribos e com capital em Jerusalém, aliado ao Egipto, resistiu aos assírios, mas acabou por sucumbir a Nabucodosor II, rei da Babilónia que destruiu Jerusalém e o Templo, transferindo o rei e os mais ilustres habitantes da região bem como grande parte do povo para Babilónia. Este episódio é chamado na Bíblia como cativeiro babilónico, pois ali permaneceram durante 50 anos.
Esta primeira migração forçada é o início da diáspora, pois após a sua libertação, por Ciro, rei dos Persas, só uma parte dos hebreus regressou a Jerusalém. Alguns emigraram para vários países do Oriente.
Os Hebreus recém chegados foram bem tratados pelas autoridades babilónicas e tinham ampla liberdade económica, social e religiosa, podendo organizar-se como quisessem. Daqui para a frente, os guias do povo passam a ser principalmente os chefes religiosos.
Os Hebreus que regressaram à Palestina, estabeleceram-se numa região chamada Judeia, daí passarem-se a chamar de Judeus e ali ergueram novamente o Templo e com o tempo foram eliminando as diferenças entre os filhos de Israel e de Judá.
O povo judeu, que até ao cativeiro da Babilónia fora predominantemente agrícola passou a exercer uma nova actividade, o comércio, que lhe facilitou a dispersão pelo mundo.
Mantendo uma religião nacional, fez desta, o seu princípio de identidade racial. Não obstante, assimilou elementos da religião persa. O Livro de Tobias, narrando uma viagem à Pérsia, ilustra a situação do sincretismo religioso judeu-persa, sendo de salientar a presença do anjo Rafael, uma figura do panteão zoroástrico.
Em função às inovações, dividiu-se o povo, dito eleito, em:
Judeus tradicionais, que virão a ser chamados Saduceus, restritos à Lei de Moisés sem os profetas, e os judeus inovadores, entre os quais se destacarão depois os Fariseus, zelotas e essénios, que crestaram à Lei os livros dos profetas.
Continua)
O Judaísmo
(terceira parte)
Época Bíblica II
Os Hebreus tornaram-se tão numerosos e fortes, que os reis do Egipto, temerosos da sua importância, decidiram submetê-los à escravidão, para evitar um possível levantamento contra o seu poder. Já em estado de escravidão, o número não parava de aumentar, o que levou o faraó a decretar a morte de todos os filhos varões que nascessem naquele povo.
Este estado de escravidão durou aproximadamente até ao ano 1.200 a.C., quando Moisés recebeu junto ao Monte Sinai uma ordem de Deus para se dirigir ao faraó e exigir dele a liberdade para o seu povo.
Efectivamente, por decreto divino, Moisés organizou o grande êxodo dos Hebreus, que segundo a Bíblia eram cerca de 600.000.
Em busca da terra prometida atravessaram o golfo ocidental do Mar Vermelho, e erraram durante 40 anos no deserto, experimentando todas as dificuldades da vida nómada.
Ao pé do Monte Sinai, Moisés deu aos Hebreus o Decálogo, ou seja, os Dez Mandamentos, o supremo código da humanidade. Mas, além dos Dez Mandamentos Moisés estabeleceu uma longa legislação moral, judicial e cerimonial, que formou a base de toda a cultura hebraica posterior. Esta legislação, cheia de sabedoria e de padrões muito mais elevados do que de todos os povos da época, está contida nos cinco primeiros livros da Bíblia, denominados em grego “Pentateuco” e em hebraico, simplesmente Tora, ou Lei.
Antes de morrer, Moisés nomeou como sucessor Josué, o qual, depois de atravessar o Jordão e derrotar os povos que se opunham à sua marcha vitoriosa, distribuiu as terras conquistadas entre as doze tribos.
Durante cerca de duzentos anos viveram assim na terra de Canaã, em uma confederação, sem rei nem governo central, unidos apenas pela descendência história comum e pelas leis que Moisés lhes havia estabelecido. Como não existia uma autoridade central, cada tribo governava-se sozinha.
Esta divisão em tribos dificultava a melhor condução nas lutas contra os antigos habitantes da região, que resistiam à penetração dos Hebreus.
Surgiram então chefes de qualidades militares que ficaram conhecidos como Juízes: Otoniel, Débora, Gedão e Samuel.
O governo dos Juízes evoluiu e impulsionou os Hebreus a instituírem um governo monárquico, cujo primeiro rei foi Saul.
Seguiu-se David, e com ele o expansionismo militar e a prosperidade. Durante o seu reinado, Jerusalém é escolhida para capital do Estado o que simbolizava a unificação das tribos do Norte e do Sul da Palestina.
Salomão, filho de David, desenvolve o comércio e a agricultura com excelentes resultados. Construiu o Templo de Jeová. Conhece a célebre rainha de Sabá. O fausto e a riqueza que marcaram o seu governo exigiam constantes aumentos de impostos, criando um clima de insatisfação no povo hebreu.
O filho de Salomão, Rehavan, ainda era mais exigente que o pai na cobrança de impostos para seu benefício pessoal, o que levou à revolta das tribos que se dividiram formando dois grandes reinos: ao norte foi formado o reino de Israel, composto de dez tribos, que escolheram Omri para rei. Apesar da veneração a Jeová, foi introduzido o culto a vários deuses.
O culto e o fausto da corte pesavam sobre os camponeses que pagavam os impostos. Nesse momento, o movimento profético ganhou força. O profeta Elias lidera a oposição à dinastia omrida, e depois de uma rebelião unge rei Jehu e a ordem foi de novo restabelecida.
Em 723 a.C. o rei assírio Sargão II invadiu Israel e destruiu a capital Samaria, tornado Israel numa província assíria e grande parte dos seus habitantes foi transferida para a Mesopotâmia.
Ao sul, o reino de Judá, composto pelas outras duas tribos e com capital em Jerusalém, aliado ao Egipto, resistiu aos assírios, mas acabou por sucumbir a Nabucodosor II, rei da Babilónia que destruiu Jerusalém e o Templo, transferindo o rei e os mais ilustres habitantes da região bem como grande parte do povo para Babilónia. Este episódio é chamado na Bíblia como cativeiro babilónico, pois ali permaneceram durante 50 anos.
Esta primeira migração forçada é o início da diáspora, pois após a sua libertação, por Ciro, rei dos Persas, só uma parte dos hebreus regressou a Jerusalém. Alguns emigraram para vários países do Oriente.
Os Hebreus recém chegados foram bem tratados pelas autoridades babilónicas e tinham ampla liberdade económica, social e religiosa, podendo organizar-se como quisessem. Daqui para a frente, os guias do povo passam a ser principalmente os chefes religiosos.
Os Hebreus que regressaram à Palestina, estabeleceram-se numa região chamada Judeia, daí passarem-se a chamar de Judeus e ali ergueram novamente o Templo e com o tempo foram eliminando as diferenças entre os filhos de Israel e de Judá.
O povo judeu, que até ao cativeiro da Babilónia fora predominantemente agrícola passou a exercer uma nova actividade, o comércio, que lhe facilitou a dispersão pelo mundo.
Mantendo uma religião nacional, fez desta, o seu princípio de identidade racial. Não obstante, assimilou elementos da religião persa. O Livro de Tobias, narrando uma viagem à Pérsia, ilustra a situação do sincretismo religioso judeu-persa, sendo de salientar a presença do anjo Rafael, uma figura do panteão zoroástrico.
Em função às inovações, dividiu-se o povo, dito eleito, em:
Judeus tradicionais, que virão a ser chamados Saduceus, restritos à Lei de Moisés sem os profetas, e os judeus inovadores, entre os quais se destacarão depois os Fariseus, zelotas e essénios, que crestaram à Lei os livros dos profetas.
Continua)
20 Comments:
Faço votos por que te tenhas divertido no jantar. Tenho pena de não ter ido, mas uma série de factores que nos afectam, como afectam todas as famílias, tirou-me toda a disposição. Outra vez será.
Um bom Domingo.
Olá Augusto
venho dizer-lhe que «adorei» reencontrá-lo em mais um jantar de amigos bloguistas.
É sempre óptima a partilha de pessoas com interesses idênticos, que, ali, falam a mesma linguagem.
Até ao próximo encontro, lá mais para o Verão.
Beijos e abraços.
ola augusto.
a sequencia cronologica de acontecimentos apresentada desta maneira é sem duvida muito mais atraente que ler a biblia.
tens-me revelado aspectos que eu desconhecia.
40 anos......... isto ja eu sabia. mas acho incrivel o tempo. quase meio seculo no deserto. ainda ha aquela historia do maná.
abraço da leonoreta
Obrigada pelo teu comentário.
Regressei após um longo período sabático. Faça o favor de vir à minha "casinha" fazer-me uma visita que a sua presença é sempre bué de agradável.
Aquele @bração do
Zecatelhado
Cá vamos nós atrás das suas palavras.
outro.
:)))))))))))))))))
espero que estejas bem.
beijo.
e tb para a Rapariga.
olá augusto. gosto muito destes posts que tem escrito sobre este tema. tenho lido com interesse e fico sempre surpreendida com a forma acessível como escreveu, tornando tão agradável a leitura. foi igualmente um prazer estar presente neste jantar e espero ter oportunidade de participar em mais eventos deste género. um beijinho.
No sonho me embriago com as suas palavras.
Beijinhos embrulhados em abraços
holla
rendez vous sur jewisheritage
a bientot
marcel
gostei do que li
http://marujinho.wordpress.com/
O prazer foi mútuo, embora como sempre nestes encontros muito participados e este foi especialmente, fica muito por dizer tal qual referi na minha saudação aos participantes que publiquei no blog.
Continuas a brindar-nos com os teus excelentes trabalhos de pesquisa. Infelizmente, embora o Mundo tenha evoluído duma maneira geral, continuamos cercados de fariséus que nos tramam no dia-a-dia. Aquele abraço
Após um longo período sabático o Zecatelhado volta à "Nau". Ora faça o favor de fazer uma visita à minha "casinha" porque a sua presença é sempre imprescindível.
Aquele @bração do
Zecatelhado
Agora em www.marujinho.wordpress.com
Ler-te sabe cada vez melhor nesta blogo.
Um abraço Augusto. Boa noite.
ola augusto
sabado vai ao meu blog. vou nomear-te como um dos meus blogs preferidos
depois tiras a etiqueta que te da o premio para o teu blog
abraço da leonoreta
Bom fim de semana e um abraço.
Querido amigo,
Gosto de vir aqui para aprender sobre tantas coisas diversas e colocar o pensamento para funcionar e analisar cada um dos diversos detalhes que nos comentas, para com eles, moldar o nosso dia a dia, inclusive com mudanças de opinioes respeito a algo que ainda nao conhecíamos o suficiente... Gosto... Gosto muito!
Amigo Augusto, deixei um pequeno desafio para ti lá no meu blog... a ver se gostas do que te preparei (risos)...
Beijos, flores e muitos sorrisos para ti e um Fim de Semana Maravilhoso, como deve ser... :o)
[Moisés recebeu junto ao Monte Sinai uma ordem de Deus para se dirigir ao faraó e exigir dele a liberdade para o seu povo]
O Monte Sinai era uma espécie de Camp David da antiguidade; Moisés uma espécie de Barak; O faraó uma espécie de Mubarak; e Deus uma espécie de sonâmbulo.
O peculiar percurso de 2 horas do estudante sul-coreano Cho Seung-Hui na manhã de 16 de Abril de 2007
1) Matar um homem e uma mulher num alojamento do campus da Virginia Tech. A polícia foi chamada por volta das 7h15 da manhã.
2) Gravar um vídeo de si próprio.
3) Transferir o vídeo para o computador.
4) Gravar o vídeo num DVD.
5) Embalar o DVD.
6) Ir aos correios.
7) Enviar a encomenda para a NBC às 9h01.
8- Matar mais 30 pessoas no edifício de Engenharia do campus da Virginia Tech, menos de duas horas depois do primeiro tiroteio (portanto antes das 9h15m).
9) Suicidar-se.
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