Macaco, não por favor
Purgatorius
Não é sem um confrangimento incómodo, que oiço as pessoas quando se referem aos nossos ancestrais, intervenientes no nosso processo evolutivo, chamarem-lhes de macacos, colocando estes como originários da linha evolutiva da humanidade.
Para além de manifestarem uma ignorância da evolução humana, é uma depreciação de si mesmos como se fossem o resultado, por qualquer acidente da Natureza, da evolução de uma espécie subalterna.
Conclusão completamente errada, o género Homo, apesar das semelhanças físicas iniciais, nunca pertenceu ao grupo dos Símios, mas sim, resultado de uma evolução paralela dos primeiros primatas comuns a ambos.
O primata mais antigo que se conhece é o Purgatórius, que viveu durante o final do mesozóico, no Cretácio, há cerca de 70 milhões de anos e foi contemporâneo dos dinossauros.
Animal semelhante a um rato, com 5 a 7 centímetro, conseguiu sobreviver à extinção dos dinossauros e deu origem às várias espécies de primatas que conhecemos hoje.
Plesiadapis
O sucessor evolutivo mais directo do Purgatórius é o Plesiadapis, uma espécie de esquilo de cauda muito comprida. Viveu há cerca de 50 milhões de anos no Colorado, Montana e Utha, nos EU e em Paris e Reims na Europa.
A este sucederam os Adapídeos e os Omonídeos.
Os Omonídeos seriam uma espécie de pequenos macacos de grandes olhos que se alimentavam de frutos e tinham tendência para se endireitarem frequentemente.
Os Adapídeos eram pequenos animais arborícolas de cauda muito semelhante aos actuais Lémures. Ambos integram-se dentro da ordem dos Prossímios.
A bifurcação da ordem dos Prossímios em Prossímios e Antropóides, ocorreu há cerca de 40 milhões de anos. Esta foi a primeira grande separação que ocorreu para a individualização do animal que viria a ser o nosso mais antigo antepassado.
Dos Antropóides originou-se o Oligopiteco há cerca de 30 milhões de anos, cuja evolução deu origem aos Catarríneos, que por sua vez, por diversas mutações faz surgir, há 25 milhões de anos, o Propliopiteco, o antepassado dos primatas superiores do Velho Mundo.
Australopithecus Afarensis
Por volta de há 22 milhões de anos emerge o Egiptopiteco , o primeiro Hominóide que representa a família a que o homem pertence.
Na linha de sucessão teremos em seguida o Driopiteco ou Procônsul, que surgiu em África há 20 milhões de anos, espécime comum aos chimpanzés, aos gorilas e ao homem.
Passando pelo Oreopito, que se subdivide em Ramapiteco e Queniopiteco, dá-se a separação final do homem dos símios, seguindo cada um a sua própria evolução.
É de uma lenta evolução do Queniopiteco que resultará o nosso mais antigo ancestral Hominídeo, o Ardipithecus ramidus que viveu no período compreendido entre 5 e 4 milhões de anos atrás. Com um habitat misto entre a árvore e o solo, já conhece o bipedismo.
Entre 4 e 2,7 milhões de anos África foi povoada pelo Australopithecus Afarensis, a famosa Lucy, que deu origem à mais fantástica e brilhante epopeia evolutiva da espécie, de que resultará o Homo sapiens.
Com a apresentação deste pequeno resumo da origem e evolução da nossa espécie, espero que quando se referirem aos nossos ancestrais nunca mais os considerem depreciativamente como macacos, mas sim, mostrem o respeito e admiração que eles nos merecem, ao protagonizarem, não só a nossa evolução mas a da própria Natureza em si.
Purgatorius
Não é sem um confrangimento incómodo, que oiço as pessoas quando se referem aos nossos ancestrais, intervenientes no nosso processo evolutivo, chamarem-lhes de macacos, colocando estes como originários da linha evolutiva da humanidade.
Para além de manifestarem uma ignorância da evolução humana, é uma depreciação de si mesmos como se fossem o resultado, por qualquer acidente da Natureza, da evolução de uma espécie subalterna.
Conclusão completamente errada, o género Homo, apesar das semelhanças físicas iniciais, nunca pertenceu ao grupo dos Símios, mas sim, resultado de uma evolução paralela dos primeiros primatas comuns a ambos.
O primata mais antigo que se conhece é o Purgatórius, que viveu durante o final do mesozóico, no Cretácio, há cerca de 70 milhões de anos e foi contemporâneo dos dinossauros.
Animal semelhante a um rato, com 5 a 7 centímetro, conseguiu sobreviver à extinção dos dinossauros e deu origem às várias espécies de primatas que conhecemos hoje.
Plesiadapis
O sucessor evolutivo mais directo do Purgatórius é o Plesiadapis, uma espécie de esquilo de cauda muito comprida. Viveu há cerca de 50 milhões de anos no Colorado, Montana e Utha, nos EU e em Paris e Reims na Europa.
A este sucederam os Adapídeos e os Omonídeos.
Os Omonídeos seriam uma espécie de pequenos macacos de grandes olhos que se alimentavam de frutos e tinham tendência para se endireitarem frequentemente.
Os Adapídeos eram pequenos animais arborícolas de cauda muito semelhante aos actuais Lémures. Ambos integram-se dentro da ordem dos Prossímios.
A bifurcação da ordem dos Prossímios em Prossímios e Antropóides, ocorreu há cerca de 40 milhões de anos. Esta foi a primeira grande separação que ocorreu para a individualização do animal que viria a ser o nosso mais antigo antepassado.
Dos Antropóides originou-se o Oligopiteco há cerca de 30 milhões de anos, cuja evolução deu origem aos Catarríneos, que por sua vez, por diversas mutações faz surgir, há 25 milhões de anos, o Propliopiteco, o antepassado dos primatas superiores do Velho Mundo.
Australopithecus Afarensis
Por volta de há 22 milhões de anos emerge o Egiptopiteco , o primeiro Hominóide que representa a família a que o homem pertence.
Na linha de sucessão teremos em seguida o Driopiteco ou Procônsul, que surgiu em África há 20 milhões de anos, espécime comum aos chimpanzés, aos gorilas e ao homem.
Passando pelo Oreopito, que se subdivide em Ramapiteco e Queniopiteco, dá-se a separação final do homem dos símios, seguindo cada um a sua própria evolução.
É de uma lenta evolução do Queniopiteco que resultará o nosso mais antigo ancestral Hominídeo, o Ardipithecus ramidus que viveu no período compreendido entre 5 e 4 milhões de anos atrás. Com um habitat misto entre a árvore e o solo, já conhece o bipedismo.
Entre 4 e 2,7 milhões de anos África foi povoada pelo Australopithecus Afarensis, a famosa Lucy, que deu origem à mais fantástica e brilhante epopeia evolutiva da espécie, de que resultará o Homo sapiens.
Com a apresentação deste pequeno resumo da origem e evolução da nossa espécie, espero que quando se referirem aos nossos ancestrais nunca mais os considerem depreciativamente como macacos, mas sim, mostrem o respeito e admiração que eles nos merecem, ao protagonizarem, não só a nossa evolução mas a da própria Natureza em si.
22 Comments:
eu, por exemplo, acho os nossos ancestrais mt mais evoluidos que nós agora....mas deve ser deformação. minha. claro. Este é um blog que não mais vou dispensar. por tudo. pelo que apresenta e pelo que metaforiza. bOM DIa Augusto. abraço. e obrigado!
Gostei bastante do artigo, cientificamente muito bem documentado.
Deixo-vos apenas uma interrogação:
- Será o Homem a fase final da evolução?
achas realmente que eu estou com ciumes do que a ana possa escrever?
ok! até pode ser.
eu vou deixa-la avançar la no Ex, sem insultos claro, rsssssss
abraço da leonoreta
Augusto,
Ao ler este teu texto é que nós nos apercebemos o quanto o tempo da existência humana de cada individuo é deminuto.
Quando nos falas de milhões de anos levas-me a questionar:
Será que daqui a mais 40 milhões de anos a especie humana ainda existirá???
E se existir, como estará em termos evolutivos???
Quantas duvidas me vêem à cabeça ao ler este teu texto!!!
Bom fds.
Abraço.
Também concordo plenamente com a ideia de que nós não descendemos tal como o post o demonstra de macacos, nós transformamo-nos foi neles, através da nossa postura e forma de estar e sobretudo através nos nossos procedimentos para com o nosso semelhante. Com um abraço do Raul
gostei deste post mas fiquei sem perceber porque será mais desprestigiante sermos descendentes do macaco do que do purgatorius ou outro qualquer...
será o purgatorius mais queque e o macaco algo fatela? O comentário do contradições sugere que sim.
E o do Mendes Ferreira também uma vez que assinala que os nossos antepassados eram muito mais evoluidos do que nós o que é difícil de visualizar observando um macaco, com excepção da chita, companheira do tarzan.
Quanto aos animais irracionais a darem-nos lições de moral... parece-me que o lobo está apenas a tentar ser juiz em causa própria o que não é muito moral.
e se segundo o contradições nos transformámos em macacos por causa dos nossos defeitos, como é que os simios nos dão lições de moral?
tsss tsss...
um abraço....da mendes ferreira:) (isabel) a evoluir para o sorriso.
Sempre a aprender contigo, Augusto. Óptimo. Beijos, bom fim de semana,para o fim de Janeiro talvez nos encontremos num outro jantar.
peço desculpa à Isabel pela troca de género involuntária.
o grande zecatelhado acreditar na criação é que não estava nos planos e me deixa desconcertado.
se bem que "acreditar" sugere um outro plano de reflexão. E aí temos de respeitar a fé de cada um.
a não ser que se trate de criação de galinhas. e aí estamos de novo de acordo. também acredito que essa criação tem um alto valor nutritivo.
hum hum...."macacadas à parte", :) este é um blog que apetece....voltar e ler e reaprender...:) abraço.
Nada como uma explicação bem feita!
Beijos.
Querem Serviço Público? É só visitar-te! Bolas, até enjoa o que (re)aprendo cada vez que cá venho.
Abraço
a nossa espécie... Darwin era um mentiroso porque falou da evolução da espécie?! nóa alguma vez evoluimos????
é verdade que evoluimos mas acho que cada vez evoluimos para pior...
abraço
...tens toda a razão Augusto...e eu gostei bastante deste teu post, que me fez também recordar temas de história que há muito me foram ensinados...obrigado....
Sabes que eu além do clave de lua, tenho mais dois blogs...se fores ao clave de lua verás que no lado direito encontras o
- Keres 1 dica? (www.keres1dica.blogspot.com)
e
- Espelho d'Alma
(www.espelhodealma.blogspot.com).
passa por lá e dá a tua opinião, tá?
Beijinhos e continuação de uma boa semana.
só passei para deixar um.....................................................................................abraço.:)
Augusto amigo!
Adorei esta tua aula sobre a evoluçao das espécies... Ficou tudo bem aclarado, sem deixar margem a dúvidas, principalmente porque eu, com certeza absoluta, nao sou descendente de macaco nenhum... he he he... :)
Muitos beijos e sorrisos para ti, meu caro amigo!
Adorei esta aula sobre a nossa espécie. Aliás, como todo o conteúdo deste teu blog... Mas não vou adiantar muito mais, porque não quero chamar macaco ao meu pai, ele ficaria aborrecido! E agora vou catar piolhos... :)
Um abraço meu caro amigo!
Desculpa Augusto, mas eu rejeito linearmente, vir dessa reprodução...não e não.
beijokas
bom então boa tarde....como se vê vim à procura de mais....mas tá bem eu espero. abraço.
essa do ricalino foi bem feita. toma la que ja almoçaste, rsssssss
mas eu nao arrisco...
abraço da leonoreta
Excelente! Talvez num próximo post pudesses desdobrar a genealogia entre o Afarensis e o Cro-Magnon.
Abraço
Excelente post cientifico Augusto. Não me paras de surpreender.
Abraço
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