quinta-feira, setembro 08, 2005

Reflexões e Conjecturas

O texto que vos venho apresentar hoje, espelho de algumas das minhas reflexões, devido à extensão que poderia prejudicar a leitura, será divido em dois capítulos: Reflexões e Conjecturas, um publicado hoje e o segundo imediatamente a seguir.

Reflexões

Quando pensamos nas nossas origens e nossa evolução até hoje, uma conclusão é evidente, não somos o estágio final, seria muito egocêntrica tal conclusão. De simples ser unicelular, que evoluiu e se transformou em multicelular, e este por sua vez se multiplicou e se transformou em multidões, como se estas fossem macro células de um todo a que chamamos humanidade, esta multiplicação não deixará de alcançar novos agrupamentos formados por células, cada uma destas representando uma multidão. Se a humanidade já é considerada grande essa futura forma terá uma dimensão inimaginável. Estaremos em presença da passagem de um microcosmo para um macrocosmo.
É nesta perspectiva evolutiva da “vida”, que nasce a questão: crescer para onde, quando o suporte da sua existência tende para o esgotamento a curto prazo, no imenso tempo da evolução.
A evolução não é uma coisa que aconteça conscientemente, porque fazemos parte integrante dela, só a consciencializamos por comparação do antes com o depois. Fazendo fé nesta premissa, estou convencido que a vontade que leva o homem para o espaço, é uma manifestação da inconsciência da evolução. Não foi o acaso, capricho ou ambição que presidiu ao início da exploração espacial, isso é pensamento mesquinho do agente actual, ainda dependente da multidão onde pertence, são os desígnios da própria evolução.
A aventura espacial, o apalpar o pulso ao espaço, para tentativa futura de procurar novos suportes de “vida” idênticos aos nossos, para as nossas multidões, é um erro do momento, que o futuro se encarregará de corrigir.
Tal como nós o nosso planeta parece-nos, o único corpo possível para albergar as celular que nós somos, mas tal como as células que nos deram origem, também nós nos podemos transformar criando células com as características necessárias para existirem com um suporte de “vida” completamente diferente.
Num futuro distante, poderá o nosso corpo já não vir a depender da água mas sim de uma radiação qualquer, mutações poderão alterar o nosso aspecto físico, poderemos perder todos ou parte dos nossos sentidos substituindo-os por outro qualquer processo de percepção, o nosso cérebro passar a ter novos padrões de funcionamento etc. Tudo isto é exequível, pois já fomos objecto de parte destas possíveis transformações.
A era espacial que estamos vivendo é o buraco da fechadura da porta que nos conduzirá ao estágio seguinte. Isto é uma verdade irrefutável, a terra como qualquer outro planeta caminha para o seu fim, enquanto suporte de “vida”. E mesmo que a humanidade se fosse adaptando às transformações do planeta subsistiria sempre o problema do número inadequado aos recursos, salvo a humanidade enveredasse ela própria pelo auto processo da selecção natural.
A auto selecção natural, bastante verosímil no tipo de sociedade em que vivemos, é contudo contrária à selecção da Natureza, onde o egoísmo humano dá lugar à harmonia cósmica.
Segundo Hubble o Universo está em expansão permanente e nós como parte integrante dele não poderíamos ficar alheios a essa expansão.
A evolução da “vida” insere-se na expansão do Universo, ao qual foi estabelecido um momento de criação, mas que não se sabe qual o fim. O mesmo se passará com a “vida”, foi nos dado um ponto de partida só que não conhecemos o destino final.
Mas uma coisa devemos tomar em conta, todo este pensamento se baseia na criação de uma etapa pelo próprio homem, a singularidade inicial, única forma de compreensão do Universo pelo mundo sensorial, da qual discordo veementemente, mas isso é outro tema, talvez para abordar mais tarde.

14 Comments:

Blogger hfm said...

Gostei de ler e fico aqui esperando a continuação... gosto destes momentos de espera em que tento antever o que virá de seguida.

11:04 da manhã  
Blogger Maria Carvalho said...

Complexidades que interrogamos. Gostei muito. Beijos

11:26 da manhã  
Blogger Andy More said...

Esta questão, foi uma das responsáveis da minha loucura, questionava-me constantemente com o “de onde viemos para onde vamos”.
Depois de alguma reflexão, que me apanhou distraído, nas minhas alucinações, conclui, que interessa isso? Se nas melhores das hipóteses eu só viverei até aos oitenta anos…

Então a partir daí comecei a viver!
Isto não invalidando que o tema é sobremaneira interessante, e que tu o escreves de uma forma irrepreensível, mas isto é outra conversa que até já sabes a minha opinião… Aqui estarei para ler a segunda parte

Um forte abraço Augusto!

4:46 da tarde  
Blogger Unknown said...

Erm... Está bastante complexa a tua reflexao... irei refletir sobre ela também... fazer qualquer comentário, assim, de "supetao" nao seria expor exatamente o que penso sobre a questao, afinal ainda nao sei exatamente o que penso :)
Bom, mas de qualquer forma, vim para ver as novidades e saber como estás!
Vim também para trazer-te flores, sorrisos e muitos beijinhos! Além de desejar-te um lindo fim de semana que se inicia!

9:01 da tarde  
Blogger Unknown said...

Ah! Claro está que estou à espera da segunda parte deste teu texto! :)

9:01 da tarde  
Blogger Unknown said...

Às vezes penso que estamos a construir uma fase importante para uma enorme mudança (mutação?) e que consiste muito simplesmente na criação de todas as condições para que se forme, aquilo a que se chama "o efeito de estufa". Apesar de ser uma defensora do ambiente, estou convencida que o homem vai arranjar maneira de sobreviver a isso.
Gostei das tuas reflexões.
Um abraço.

6:53 da tarde  
Blogger Andy More said...

Conta comigo, Augusto, para esse jantar, pois o outro, ainda me está atravessado pelo convívio e pelas pessoas magníficas que conheci...

Abraços

5:59 da tarde  
Blogger Andy More said...

Eu já estou convidado, assim como inscrito... No entanto, para não se cair num déjà vu, seria muito mais interessante um outro restaurante, apesar de ter gostado do O Alfredo. Como se isso não bastasse, ainda escolheram o mesmo acepipe... Não há alternativas? Não pensaram nisso?

Um abraço Augusto

6:09 da manhã  
Blogger oasis dossonhos said...

Meu caro Augusto:
O primeiro pensamento que tive quando vi o anúncio do novo jantar bloguista foi: e será que a data possibilita a minha participação?
Infelizmente coincidirá com as minhas férias maiores. É que costumo gozar sempre as férias, aparte uns diazitos que ainda eram de 2004 gozados em Maio e Junho, em Outubro e Dezembro. Se tudo correr bem,deverei ir ao Norte de África...
Mas há-de haver mais oportunidades, o que significa também mais oportunidades de convívio.
Abração
Luís

3:11 da tarde  
Blogger BlueShell said...

Obrigaste-me a pensar e repensar muita coisa

Vou fazer uma pequena confissão aqui: sim, a BlueShell meteu-se na política! Anda em pré-campanha....a bem dizer! Daí as ausências....
Mas isto passa...em breve!

Jinhos cor-de-rosa
BShell

10:46 da tarde  
Blogger Unknown said...

caro Augusto.... dito a minha maneira -"agora é que me lixaste".

é dquelas coisas que evito pensar porque se bnão acabamos numa espiral de pensamento...que nunca mais acabam... mas sozinho não acredito que esteja...

e Deus?!

7:05 da tarde  
Blogger Estrela do mar said...

...Augusto venho agradecer as tuas palavras para comigo neste momento complicado por que estou a passar e deixar-te um beijinho de @mizade...

1:13 da manhã  
Blogger Mitsou said...

Voltei, encantada, a um tema que já "estudei" aquando da tradução de um livro de John Gribbin. Complexo mas apaixonante. Beijinhos, amigo!

3:25 da tarde  
Blogger Unknown said...

Adorei, este texo tá lindo e cheio de sentimento. Beijinhos

3:43 da tarde  

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