segunda-feira, março 03, 2008

História contrafactual
No último número da revista História da National Geographic, um dos artigos, titulado Alexandre Magno contra Roma: o grande choque, fala-nos da história contrafactual que, segundo o referido artigo, é muito praticada pelos historiadores anglo-saxões, como resposta à pergunta: o que aconteceria se…? Segundo o mesmo artigo, esta falta de factualidade, também pode ser denominada história virtual que segundo o Dicionário da Real Academia define como, «a reconstrução lógica, aplicada à história, dando por hipótese acontecimentos não sucedidos, mas que poderiam ter sucedido». Trata-se por tanto, por exemplo, imaginar qual seria o curso da história se os Persas tivessem ganho a batalha de Salamina ou a Armada Invencível não tivesse sido derrotada por uma tempestade. Se os espanhóis tivessem invadido a Inglaterra, possivelmente o mapa da partilha colonial do mundo seria diferente, como a derrota dos gregos em Salamina, possivelmente, nunca propiciaria o aparecimento de Alexandre Magno.
Mas não é minha intenção projectar e ficcionar história contrafactual antiga, mas imaginar qual seria a nossa história virtual acaso fosse introduzido um factor determinante na nossa vinda.
Os jornais televisivos, em uníssono e alvoraçados, anunciam que o petróleo acabará dentro de três anos!
Já alguma vez pensaram que poderá mesmo acontecer? A subida do preço do barril, é o reflexo das oscilações da produção e estas reflectem que o crude não é eterno, que muitos dos poços, como já acontece nos Estados Unidos, estão a ficar secos. Paradoxalmente, à medida que caminhamos para o esgotamento das jazidas, o consumo não para de aumentar.
No meu vaticínio para a história virtual, divido o período final da existência do petróleo em dois.
Um primeiro, onde a subida imparável do preço do barril, que atingirá em pouco tempo trezentos dólares, fórmula utilizada pelas petrolíferas para a maior arrecadação de lucros possível, antes do previsível fim do negócio. Teremos a guerra de ingerência entre as potências, nos países onde se efectuarem as últimas extracções. Neste período, os não produtores procuram soluções de substituição nas energias alternativas, mas como poderiam substituir de um dia para outro, tudo aquilo de que a civilização depende, quando em tempo útil, nunca o fizeram? Mesmo hipoteticamente, algumas soluções fossem viáveis a curto prazo, seriam bloqueados pelas petrolíferas, interessadas na continuação do consumo do petróleo até ao fim. O aumento do crude, vai-se reflectir em todas as economias, os preços tornam-se proibitivos. Os bens ficam só acessíveis a alguns, enquanto a maioria esmagadora, dificilmente consegue comprar a comida de que necessita. Tudo o que depende do precioso líquido fica comprometido: os barcos, os aviões, as fábricas, a electricidade etc. Sem electricidade, o nosso mundo será caótico.
Segundo período. Tentativas de recorrer à queima de carvão, enquanto as centrais atómicas são construídas. As multinacionais tentaram apropriar-se do negócio das centrais nucleares. Nem todos os países têm capacidade económica para terem centrais atómicas, na falta de carvão, a desflorestação para queima, é a solução adoptada.
Estas são algumas dicas para o desfio que vos deixo, historiarem, o que no vosso entender, virtualmente aconteceria caso o petróleo acabasse dentro de três anos. Tenho a certeza de que o tema é do interesse de todos e, que todos estão conscientes da sua transcendência, onde a importância dos nossos problemas do quotidianos se esbate.

10 Comments:

Blogger H. Sousa said...

Viva, Augusto! Venho ler depois porque vou dormir já. Mas resolvi instalar um site de venda de edições de autor e gostaria de ver o(s) teus livros lá.
http://livros.horabsurda.org
Abraços

11:19 da tarde  
Blogger Diogo said...

Quanto a este assunto existem duas formas de ataque:

1 – Cortar drasticamente no consumo e deslocações inúteis: tele-trabalho, tele-ensino, tele-medicina, etc. Por outro lado, aparelhos que gastem um afracção da energia que gastam hoje.

2 – Mudar de fontes de energia: os dinamarqueses estão convencidos que com os geradores de energia eólica de nova geração podem resolver quase completamente os seus problemas energéticos.

A evolução tecnológica está a evoluir a ritmos exponenciais. Já estamos no petróleo há demasiado tempo. Nada nos diz que não esteja aí a surgir uma nova fonte, barata e infinita: a fusão a frio, por exemplo.

Estou optimista.

Um abraço

9:24 da manhã  
Blogger Je Vois La Vie en Vert said...

Assustador...
Vamos ser mais optimistas,
por isso, deixo-te uma mensagem de amizade :

"Olá...
Foi aqui que encomendaram?

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|...............*AMOR*...........|||“|““__
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|............*ALEGRIA*.........|||“|““__
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|............*AMIZADE*.........|||“|““_
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Entrega feita!
Participa na campanha FAZ UM AMIGO FELIZ!!!
Manda esta encomenda p/ todos os teus amigos.
Espero estar incluído nessa lista........
Vou fazer outra entrega ..."

Beijinhos verdinhos

10:25 da tarde  
Blogger Å®t Øf £övë said...

Augusto,
Se... se... e se...
Se o petróleo acabasse daqui a 3 anos, quem sabe não conseguiriamos finalmente a paz no mundo.
Não te esqueças que por trás da maioria das guerras está precisamente a luta de interesses por esse ouro negro.
Abraço.

11:30 da tarde  
Blogger Peter said...

Meu caro Augusto

Estou convencido que o petróleo não vai acabar de um momento para o outro. O seu preço resulta mais de manobras especulativas bolsistas.
Em Angola, que eu conheço relativamente bem e onde tenho contactos, continuam com as prospecções, descobrem jazidas e selam os poços.
No NE brasileiro as descobertas de ricas jazidas originaram o enorme salto das acções da GALP.
A Venezuela tem imenso petróleo, etc, etc.
E depois ainda há Titã (risos):

"De acordo com novos dados obtidos pela sonda Cassini, Titã, uma das luas de Saturno, possui centenas de vezes mais hidrocarbonetos no estado líquido do que todas as reservas de petróleo e gás natural existentes na Terra. Na superfície de Titã existem vastos depósitos na forma de lagos e dunas, criados pela acumulação de hidrocarbonetos que chovem do céu."

Um "maná" ...

12:34 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Boa tarde. Desculpe o comentário. Venho informar que o link do post do Piano ("de acordes especiais") tem um poema de Isabel Mendes Ferreira. Agradeço a sua leitura.

4:24 da tarde  
Blogger contradicoes said...

Meu caro Augusto relativamente à imagem catastrófica que nos querem fazer passar se o petróleo acabar é apenas visa tentar justificar o preço absurdo que o barril tem estado a atingir. E isto porque como tão bem sabes energias alternativas existem várias e há muito tempo. E não me parece sequer necessário recorrer à energia nuclear porque seria pior a emenda que o soneto. Mas mesmo se hipoteticamente daqui a três anos deixasse de existir petróleo os principais visados seriam os ricos e explico porquê. Deixavam de viajar com tanta frequência de avião porque embora as suas disponibilidades financeiras o permitissem os preços das passagens atingiriam preço proibitivos. Como sabes os pobres não andam de avião e muitos deles nem sequer de carro.
Partilho da opinião de que até se tal acontecesse de repente seria muito melhor pois obrigaria a tivesse-mos de voltar ao interior do país para reactivar a produção agrícola quanto mais não fosse para consumo doméstico, assim como criar animais de capoeira para consumir.
Haveria uma melhoria do meio ambiente pela diminuição drástica do tráfego automóvel. E insisto muito provavelmente os que mais sofreriam seriam os mais abastados que dependem do petróleo e dos seus derivados para abastecer os seus iates e barcos de recreio, as suas viaturas topo de gama, etc. etc.. Um abraço do Raul

7:11 da tarde  
Blogger H. Sousa said...

Olá, Augusto! Já me deixaras uma pista acerca deste tema, e de facto dava pano para muitas mangas. Creio até que já estamos metidos nesses maus lençóis, hoje deu-me para falar de trapos, mangas, lençóis, camisas de onze varas, colete de forças, se não nos precavemos, é o que nos resta.
Abraços e bom fim-de-semana!

11:59 da manhã  
Blogger Paulo said...

O homem tem grande capacidade de adaptação.
Há muito que outras forças de energia não são desenvolvidas para, assim, o monopolio sobre o petróleo faz com que haja paises pobres e paises ricos...
E se...
E se...
E se...?
Abraço
Paulo

7:04 da tarde  
Blogger AJB - martelo said...

há ainda muito petróleo...mas, há muito mais poderes especulativos... terá que haver uma saída alternativa ou acreditamos que a BP fica impávida e serena???
abç

10:43 da tarde  

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