terça-feira, fevereiro 19, 2008


O êxito da crença cristã deve-se ao facto de ter concebido um deus à imagem do homem, caracterizado pelos conceitos que lhe regem a vida, que propiciou a cognição não de uma abstracção mas a projecção de uma realidade sensitiva, personificada pela figura de Jesus Cristo.

Esta transposição de Deus do plano abstracto para o plano material, indubitavelmente, perdida a abstracção, caracteriza-o na perspectiva humana. Ele ser o que queremos que seja, e assim, assumir o papel que queremos que assuma.

Nesta perspectiva, Jesus Cristo é a divindade criada pela crença para a revelação de Deus e nele basear toda a sua teologia.

Se a humanização de deus é galvanizadora na adesão à crença, por seu lado, o misticismo de que os aderentes são imbuídos, exige a mistificação, única forma de reconhecer a divindade.

Para satisfazer esta exigência, a crença dá-lhe características sobre humanas, ao gerá-lo sem a intervenção da natureza e propor-lhe uma morte contra natura. Também a duração da sua vida humanizada, é feita crer pautada por prodígios, que contrariam uma vez mais, as leis da natureza.

Se considerarmos que é a natureza que rege a humanidade, só alguém não regido por ela, poderia ser aceite como deus.

Crer num deus que se revelou e se tornou sensitivo, a sua cognição é muito superior a um deus de noção abstracta, que só a imaginação lhe daria forma.

Assim, a crença para dar credibilidade à sua teologia, transforma o anti natural em dogma e, baseia a doutrinação na convicção do seu regresso, sendo a conversão alicerçada na esperança do retorno.

10 Comments:

Blogger AJB - martelo said...

este tema é sempre muito complexo...e como explicar nos que acreditam mesmo sem "ver", sem imaginar...simplesmente porque crêem ?...
um abraço

10:43 da tarde  
Blogger Unknown said...

Os dogmas são mesmo assim... há quem lhes chame fé..será

abraço...

9:22 da tarde  
Blogger Ashera said...

Estava aqui a pensar se não estarias a discutir o petróleo árabe..
Dizem os entendidos que o barril já custa 100 (piiiii) rsrs
Não, não vim estragar o teu" post"
Apenas deixar beijos e mais beijos
LEIO-TE!!!!!!

3:11 da manhã  
Blogger Ashera said...

1º PARAGRAFO
Estou de acordo,
"Se considerarmos que é a natureza que rege a humanidade, só alguém não regido por ela, poderia ser aceite como deus."
********sendo a conversão alicerçada na esperança do retorno.
*********
Penso que somos pó!
Beijos Amigo

3:20 da manhã  
Blogger Je Vois La Vie en Vert said...

Não tenho a mesma maneira de ver as coisas porque tenho fé mas respeito a tua opinião. Faço parte das pessoas felizardas que tiveram um sinal e isto me levou à fé que me tinham inculcada na minha família mas que não estava muito desenvolvida. Aconteceu-me há uns 10 anos. Não estava nem à espera nem à procura de nada e atingiu-me como um raio !
Ontém, por acaso, recebi uma resposta à uma pergunta que tinha feito à Jésus. O que será , ingenuidade ? imaginação ? coincidência ? schizofrenia ? Acho sinceramente que não ! E há umas semanas descobri porque é que tenho uma ligação tão grande com Jésus e foram preciso 54 anos para eu descobrir isto : tu, Augusto, que conheces o meu nome, já percebeste ?
Beijinhos verdinhos

4:08 da tarde  
Blogger Å®t Øf £övë said...

Augusto,
O ser humano por natureza tem que acreditar em alguma coisa, mesmo que aquilo em que acredita possa não ter qualqur sentido lógico.
Abraço.

10:30 da tarde  
Blogger musqueteira said...

caro augusto... é uma questão de Fé. crer em Deus é senti-lo no meio de nós. os milagres acontecem menos aos menos crentes. esse é o desafio. a humanidade não tem que acreditar em algo... mas sim estar atenta aos seus sinais. há, em todo o nosso caminho, momentos que se revelam e nos revelam com eles experiências inexplicáveis. o importante é saber respeitar as diferenças... feliz dos que vêem para além daquilo que os nossos olhos podem alcançar. há também milagres assim! bom fim de semana;)

9:49 da tarde  
Blogger Diogo said...

Caro Augusto, sobre Cristo veja este documentário (legendado em português). É extraordinário:

ZEITGEIST

3:50 da tarde  
Blogger Paulo said...

Entretanto Ele tarda em voltar.
Os deuses feitos à nossa imagem e semelhança, são «monstros» demasiadamente perigosos...
Abraço
Paulo

7:01 da tarde  
Blogger Dad said...

Olá Augusto,

Sobre o post:

Realmente tudo isto é muito controverso...
Acabei de ler um livro que se intitula "Quem morreu na cruz?".
Vale a pena ler. É muito interessante e bem fundamentado.

Aqui o que se põe é uma questão de doutrina - de mandamento.

Mesmo aqueles que podem supor que o cristianismo foi uma Escola e não um homem, nem por isso há valor perdido pois o AMAI-VOS UNS AOS OUTROS é uma das posturas pessoais e colectivas mais importantes e que levariam este nosso mundo a ser bastante melhor do que é.

Quanto ao concurso de poesia, não vou concorrer pois o que eu sou é uma “pensadora” que, às vezes, põe os seus pensamentos sob a forma de poesia; portanto não vá o sapateiro além da chinela...

Já tenho os pincéis e as tintas para me aturarem...

Beijinho,

5:39 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home