Falar de pobreza X
Falar da pobreza, parece estar na ordem do dia, ainda que poucas pessoas procurem conhecer afundo o fenómeno. A pobreza não é uma doença súbita, é uma patologia lenta que nos vai consumindo sem darmos por isso e, um dia, podemos acordamos doentes. Talvez pareça excessivo, mas vou procurar fazer uma análise da evolução portuguesa ao longo dos últimos 100 anos. Tenho 66 anos de idade, o que me coloca na qualidade de observador de, pelo menos, meio século. Convido todos os que me visitam a participarem, não como um debate, mas uma tribuna aberta a todas as opiniões. Vale a pena perder um bocadinho do nosso tempo a pensar no assunto, pois o que se mostra no horizonte, não é nenhum mar de rosas.
Para a elaboração dos meus textos, vou-me socorrer da obra Portugal Século XX de Joaquim Vieira de onde recolherei textos, dados estatísticos e fotografias.
Quem manda é o poder económico
Década de 1990 a 2000
E agora?
Estatística em 2000
População 9.997.590
Mortalidade infantil (por mil partos) 5,4
Esperança média de vida em anos 75,3
Natalidade (por mil habitantes) 5,6
Analfabetos 11,00
Eleitores inscritos 8.740.122
Estudantes do ensino primário 497.517
Estudantes universitários 207.027
Automóveis em circulação 5.668.326
Trabalhadores do sector rural 613.300
Trabalhadores do sector industrial 1.694.400
Trabalhadores do sector de serviços 2.516.600
“O País parece ter entrado em ciclo de vida de mudança gradual e permanente. O País emburguesou-se. Normalizou-se. Com o que isso tem de confortável e de frustrante.
António Barreto, 1999
É preciso chegar ao derradeiro decénio para Portugal viva os seus dez anos mais tranquilos. Autocomprazem-se num regime do qual nada questionam, nem da sua prática nem das suas opções de fundo. O espírito, bem à portuguesa, é de descontracção, de celebração e festa, urgência de saborear vida, de despreocupação com o dia seguinte de uma leveza porventura insustentável.
No meio destas «orgias pagas com o dinheiro dos outros», o país altera a sua identidade de nação oceânica, provinciana e minguada para uma comunidade continental, cosmopolita e pródiga.
As luzes europeias do consumo em larga escala atraem os cidadãos como insectos. À procura do tempo perdido, a população acorre aos hipermercados e centros comerciais cada vez maiores que se instalam por toda a parte. Aí gasta-se o que se tem e o que não se tem, para se ter o que nunca se teve mas sempre se ambicionou. O mais eloquente reflexo deste frenesim é a taxa de endividamento individual que salta de menos de 20% do rendimento disponível em 1990 para quase 80% em 2000.
O Estado permite-se acompanhar a vaga gastadora do povo, ou talvez seja o povo a seguir o exemplo do Estado, investindo em grande parte com dinheiros europeus, tanto em infra-estruturas de transportes e comunicações como em espaços destinado ao lazer e à cultura. E, como se não bastasse, o Estado promove ainda festejos e comemorações que restituem aos portugueses a autoconfiança e lhes criam a ilusão de ocupar o centro do mundo.
Há mais gente a gozar férias, a sair à noite, a frequentar bares e discotecas, a passear nos centros comerciais, a adquirir objectos de luxo. A estúrdia está ao alcance de quase todos. O corpo ocupa um lugar central na vida social e nos tempos livres: veste-se o corpo para transmitir uma mensagem, desvenda-se o corpo para seduzir, excita-se o corpo para rejuvenescer, ondula-se o corpo para dançar e exibe-se o corpo para vender produtos.
Ao longo dos anos 90 aprofundam-se as tendências de terciarização do país, cada vez menos industrial e mais dedicado ao sector de serviços, enquanto a agricultura se transforma numa sombra do que foi.
O poder político a que fomos habituados não tem capacidade para prever, só sabe governar à vista, mudando de rumo conforme os acontecimentos.
O país continua a envelhecer, mas não previram isso atempadamente, só quando o dinheiro se mostra insuficiente, dizem que temos velhos a mais. O petróleo há muito tempo que mostra que não vai parar de subir, mas só agora estão preocupados com a barreira dos 100 dólares, como os 100 dólares fosse a porta do inferno, quando dentro em pouco tempo vamos ter saudades desse valor. O país está a mirrar!
Não em tamanho físico, mas em população, ainda que a natalidade vem assustadoramente diminuído, pelo menos há três décadas, só agora deram por isso, quando alguém perguntou o que era necessário fazer para haver mais bebés. E a entrada dos países de Leste para EU? Não sabiam de nada, coitados, como poderiam prever que os industriais em que apostaram com as regalias que ofereceram, se iriam todos embora, provocando um desemprego nunca visto.
Claro que não podiam prever quando deram o que não podiam, só para ganhar eleições, que o país com uma despesa superior à receita, em pouco tempo ia à falência. Descobriram isso agora! Vai de retro Satanás, é preciso desmontar esse clima eufórico a que nos acostumámos. Meus senhores, não somos os ricos que julgam, dizem eles, estão agastar mais do que valem, toca a devolver o seu a seu dono. Não há mais aumentos, os que receberam foi para toda a vida, há empregados a mais, os tais jobs for the boys, há subsídios a mais, tudo o que há é a mais. Dizem eles com um ar ingenuamente maquiavélico, outras vezes nem tanto, esquecendo que foram eles e os outros que deram tudo o que está hoje a mais.
Claro que alheia a tudo isto, é a classe que está empregada na área dos serviços, razoavelmente bem renumerada, dois ordenados por família, não há crise que chegue, mas o fosso entre ricos e pobres persiste, sem que ninguém se interesse por isso. Diz a revista britânica The Economist constata-o no último ano do século, ao analisar a situação do país: «Há uma óbvia diferença entre os velhos, que vivem com pensões tão baixas e os prósperos jovens de telemóvel na mão»
The show must go on
A superficialidade é profunda em Portugal: muda os hábitos e origina um novo jet-set baseado nas figuras do espectáculo. Mas a atracção pelo fútil não é um exclusivo das classes populares. Também as elites urbanas se deixam seduzir por padrões superficiais e uma estética consumista tendendo a valorizar mais um desfile de moda do que uma exposição de pintura, uma ida à discoteca do que uma tertúlia ou um jogo de futebol do que um espectáculo de dança. A este savoir fair, não é inocente o aparecimento da TV privada. O share procura saber do que é que os espectadores gostam e, a TV passa a ser o espelho da nação que se vê transformada num grande Big Brother. Toda a gente quer ser célebre, o preço não interessa, o erotismo transborda, a pornografia passa a ser um dos negócios mais rentáveis. Os portugueses estão esfomeados de liberdade, vale tudo menos tirar olhos, mas não há olhos para ver que a juventude, ou pelo menos parte dela, está irremediavelmente perdida, vítima dessa praga que ninguém consegue debelar, a droga. A criminalidade aumenta e a polícia ausenta-se.
A Factura
As oportunidades de crescimento não são iguais para todos. Alguém vai pagar os custos da modernidade, sobretudo quem vive dos sectores primário e secundário. Nos anos 90 180 mil explorações rurais são extintas, 180 mil ha de terra são abandonados e 440 mil pessoas são obrigadas a deixar os campos.
Todos estamos de acordo que o fim da “prosperidade” está a chegar ao fim, voltamos a assumir o que sempre fomos, pobres, o sonho que nos deram não passou disso, sonhar que éramos ricos, foi só o que os nossos governantes nos souberam dar em troca do nosso voto, sonhar não com o império, mas com uma vida decente. Portugal neste momento, relativamente aos primeiros 15 é o mais pobre e, pouco falta para o ser em termos absolutos. Já não há mais fundos para receber, que vamos agora fazer?
Portugal está agora em condições de se aceitar como sempre foi. Deu a volta ao mundo e de mãos vazias ficou, recebeu os fundos da salvação e vazias voltaram as mãos a ficar.
Falar da pobreza, parece estar na ordem do dia, ainda que poucas pessoas procurem conhecer afundo o fenómeno. A pobreza não é uma doença súbita, é uma patologia lenta que nos vai consumindo sem darmos por isso e, um dia, podemos acordamos doentes. Talvez pareça excessivo, mas vou procurar fazer uma análise da evolução portuguesa ao longo dos últimos 100 anos. Tenho 66 anos de idade, o que me coloca na qualidade de observador de, pelo menos, meio século. Convido todos os que me visitam a participarem, não como um debate, mas uma tribuna aberta a todas as opiniões. Vale a pena perder um bocadinho do nosso tempo a pensar no assunto, pois o que se mostra no horizonte, não é nenhum mar de rosas.
Para a elaboração dos meus textos, vou-me socorrer da obra Portugal Século XX de Joaquim Vieira de onde recolherei textos, dados estatísticos e fotografias.
Quem manda é o poder económico
Década de 1990 a 2000
E agora?
Estatística em 2000
População 9.997.590
Mortalidade infantil (por mil partos) 5,4
Esperança média de vida em anos 75,3
Natalidade (por mil habitantes) 5,6
Analfabetos 11,00
Eleitores inscritos 8.740.122
Estudantes do ensino primário 497.517
Estudantes universitários 207.027
Automóveis em circulação 5.668.326
Trabalhadores do sector rural 613.300
Trabalhadores do sector industrial 1.694.400
Trabalhadores do sector de serviços 2.516.600
“O País parece ter entrado em ciclo de vida de mudança gradual e permanente. O País emburguesou-se. Normalizou-se. Com o que isso tem de confortável e de frustrante.
António Barreto, 1999
É preciso chegar ao derradeiro decénio para Portugal viva os seus dez anos mais tranquilos. Autocomprazem-se num regime do qual nada questionam, nem da sua prática nem das suas opções de fundo. O espírito, bem à portuguesa, é de descontracção, de celebração e festa, urgência de saborear vida, de despreocupação com o dia seguinte de uma leveza porventura insustentável.
No meio destas «orgias pagas com o dinheiro dos outros», o país altera a sua identidade de nação oceânica, provinciana e minguada para uma comunidade continental, cosmopolita e pródiga.
As luzes europeias do consumo em larga escala atraem os cidadãos como insectos. À procura do tempo perdido, a população acorre aos hipermercados e centros comerciais cada vez maiores que se instalam por toda a parte. Aí gasta-se o que se tem e o que não se tem, para se ter o que nunca se teve mas sempre se ambicionou. O mais eloquente reflexo deste frenesim é a taxa de endividamento individual que salta de menos de 20% do rendimento disponível em 1990 para quase 80% em 2000.
O Estado permite-se acompanhar a vaga gastadora do povo, ou talvez seja o povo a seguir o exemplo do Estado, investindo em grande parte com dinheiros europeus, tanto em infra-estruturas de transportes e comunicações como em espaços destinado ao lazer e à cultura. E, como se não bastasse, o Estado promove ainda festejos e comemorações que restituem aos portugueses a autoconfiança e lhes criam a ilusão de ocupar o centro do mundo.
Há mais gente a gozar férias, a sair à noite, a frequentar bares e discotecas, a passear nos centros comerciais, a adquirir objectos de luxo. A estúrdia está ao alcance de quase todos. O corpo ocupa um lugar central na vida social e nos tempos livres: veste-se o corpo para transmitir uma mensagem, desvenda-se o corpo para seduzir, excita-se o corpo para rejuvenescer, ondula-se o corpo para dançar e exibe-se o corpo para vender produtos.
Ao longo dos anos 90 aprofundam-se as tendências de terciarização do país, cada vez menos industrial e mais dedicado ao sector de serviços, enquanto a agricultura se transforma numa sombra do que foi.
O poder político a que fomos habituados não tem capacidade para prever, só sabe governar à vista, mudando de rumo conforme os acontecimentos.
O país continua a envelhecer, mas não previram isso atempadamente, só quando o dinheiro se mostra insuficiente, dizem que temos velhos a mais. O petróleo há muito tempo que mostra que não vai parar de subir, mas só agora estão preocupados com a barreira dos 100 dólares, como os 100 dólares fosse a porta do inferno, quando dentro em pouco tempo vamos ter saudades desse valor. O país está a mirrar!
Não em tamanho físico, mas em população, ainda que a natalidade vem assustadoramente diminuído, pelo menos há três décadas, só agora deram por isso, quando alguém perguntou o que era necessário fazer para haver mais bebés. E a entrada dos países de Leste para EU? Não sabiam de nada, coitados, como poderiam prever que os industriais em que apostaram com as regalias que ofereceram, se iriam todos embora, provocando um desemprego nunca visto.
Claro que não podiam prever quando deram o que não podiam, só para ganhar eleições, que o país com uma despesa superior à receita, em pouco tempo ia à falência. Descobriram isso agora! Vai de retro Satanás, é preciso desmontar esse clima eufórico a que nos acostumámos. Meus senhores, não somos os ricos que julgam, dizem eles, estão agastar mais do que valem, toca a devolver o seu a seu dono. Não há mais aumentos, os que receberam foi para toda a vida, há empregados a mais, os tais jobs for the boys, há subsídios a mais, tudo o que há é a mais. Dizem eles com um ar ingenuamente maquiavélico, outras vezes nem tanto, esquecendo que foram eles e os outros que deram tudo o que está hoje a mais.
Claro que alheia a tudo isto, é a classe que está empregada na área dos serviços, razoavelmente bem renumerada, dois ordenados por família, não há crise que chegue, mas o fosso entre ricos e pobres persiste, sem que ninguém se interesse por isso. Diz a revista britânica The Economist constata-o no último ano do século, ao analisar a situação do país: «Há uma óbvia diferença entre os velhos, que vivem com pensões tão baixas e os prósperos jovens de telemóvel na mão»
The show must go on
A superficialidade é profunda em Portugal: muda os hábitos e origina um novo jet-set baseado nas figuras do espectáculo. Mas a atracção pelo fútil não é um exclusivo das classes populares. Também as elites urbanas se deixam seduzir por padrões superficiais e uma estética consumista tendendo a valorizar mais um desfile de moda do que uma exposição de pintura, uma ida à discoteca do que uma tertúlia ou um jogo de futebol do que um espectáculo de dança. A este savoir fair, não é inocente o aparecimento da TV privada. O share procura saber do que é que os espectadores gostam e, a TV passa a ser o espelho da nação que se vê transformada num grande Big Brother. Toda a gente quer ser célebre, o preço não interessa, o erotismo transborda, a pornografia passa a ser um dos negócios mais rentáveis. Os portugueses estão esfomeados de liberdade, vale tudo menos tirar olhos, mas não há olhos para ver que a juventude, ou pelo menos parte dela, está irremediavelmente perdida, vítima dessa praga que ninguém consegue debelar, a droga. A criminalidade aumenta e a polícia ausenta-se.
A Factura
As oportunidades de crescimento não são iguais para todos. Alguém vai pagar os custos da modernidade, sobretudo quem vive dos sectores primário e secundário. Nos anos 90 180 mil explorações rurais são extintas, 180 mil ha de terra são abandonados e 440 mil pessoas são obrigadas a deixar os campos.
Todos estamos de acordo que o fim da “prosperidade” está a chegar ao fim, voltamos a assumir o que sempre fomos, pobres, o sonho que nos deram não passou disso, sonhar que éramos ricos, foi só o que os nossos governantes nos souberam dar em troca do nosso voto, sonhar não com o império, mas com uma vida decente. Portugal neste momento, relativamente aos primeiros 15 é o mais pobre e, pouco falta para o ser em termos absolutos. Já não há mais fundos para receber, que vamos agora fazer?
Portugal está agora em condições de se aceitar como sempre foi. Deu a volta ao mundo e de mãos vazias ficou, recebeu os fundos da salvação e vazias voltaram as mãos a ficar.
9 Comments:
Concordo com ALGUNS pontos de vista aqui deixados. Belo exercício de meditação.
Um @bração do
Zé do Telhado
Querido A.
Portugal apouca-se ao querer ser
"igual" sem ter os meios para. e esquece.se de lutar.
acomoda.se no facilitismo que leva à ignorância.~
beijo.
rendida à lucidez e à capaciDADE de agitar águas.
Augusto,
Esta música não é só portuguesa. E não creio que tenhamos feito «figura de ricos». É preciso não esquecer que a tecnologia vem evoluindo. Impôs-se na agricultura, na «baixa indústria», na indústria avançada e crescentemente nos serviços.
Esta tecnologia trabalha. Produz riqueza. Foi graças a ela que temos vindo a «dançar».
Mas o paradigma económico, absurdamente, não mudou. Continuamos numa economia direccionada para o emprego, precisamente quando essa tecnologia está a acabar com os empregos. E, paradoxalmente, temos uma capacidade cada vez maior de produzir, mas não o fazemos porque as pessoas estão desempregadas e não têm dinheiro para comprar.
A miséria de hoje deve-se apenas a uma lógica económica suicida.
Augusto,
Nos anos 90 vivemos a fase do "vamos para a festa". Nesta década estamos a viver a fase do: "de onde vens?" - "venho da feeessstaaaa!!!"
Abraço.
Amigo Augusto,
Nunca é tarde para aprender... e... o francês é tão bonito como o português !! Tenho a certeza que pouco a pouco, vai entender o que escrevo ! Afinal é uma língua latina, a raiz é a mesma, basta modificar um pouco a palavra e lê-la à maneira portuguesa para entender a metade...!
Beijinhos verdinhos todos fresquinhos a começar um ano novo !
ola augusto
fizeste-me rir com o teu comentario.
levei algum tempo a ler estes teus artigos sobre pobreza mas valeu a pena.
beijinhos
"Portugal está agora em condições de se aceitar como sempre foi. Deu a volta ao mundo e de mãos vazias ficou, recebeu os fundos da salvação e vazias voltaram as mãos a ficar."
Sempre assim foi e sempre surgiu algo que nos fez voltar à tona de água:
o ouro e prata das cidades mouras algarvias - os escravos negros - as especiarias indianas - o ouro e os diamantes do Brasil - o petróleo de Angola - o dinheiro da CEE ...
O que se segue?
Talvez petróleo na plataforma continental, resolva o problema dos nossos netos ...
Olá!
Obrigado por todas as visitas que ao longo da existência deste blog me fizeram.
Se quiserem passem pela minha casota.
Vou apresentar-vos o meu dono.
Obrigado!
Amigo Augusto
leio-o - a pobreza - tema cada dia mais real...neste País de gente pobre de espírito.
Li uma notícia sua sobre o Henrique, está internado, vou tentar saber mais através de e-mail para si.
Por aqui já anoiteceu...e, rapidamente termina o fim de semana, como sempre...a voar!!!
Vim sorrateiramente convidar para espreitar o meu kalinka, acabei de responder a um desafio sobre cinema e...há muito a dizer, deixo apenas um pequeno apontamento:
SOBRE O FILME: O PIANO
Toca-me como se a minha pele fossem as teclas do piano.
Toca-me numa melodia única.
Toca o meu sexo com os tons de maresia e os meus seios com os tons de jazz.
Toca as minhas coxas entreabertas em portas de sedução
Toca os meus lábios em acordes de paixão.
ADOREI ESTE FILME.
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